A abordagem de um ônibus escolar terminou em confusão entre secretários municipais e moradores de duas favelas localizadas no Vespasiano Martins e Bom Retiro, ambas na região sul de Campo Grande. Os dois grupos pretendiam fazer uma manifestação na frente da Prefeitura, na manhã desta quinta-feira (16).

Servidores da Guarda Civil Municipal, que atenderam a ocorrência, afirmam que foram acionados para verificar uma denúncia de superlotação, no entanto, no local constataram que, além de lotado, o veículo estava com a documentação atrasada há três anos e que o motorista não tinha habilitação.

Os moradores acusaram a Guarda Civil Municipal de agir com truculência. "Eles furaram o pneu do ônibus para impedir que a gente fizesse a manifestação. Eles não têm o direito de parar ninguém. Isso deveria ter sido feito pela Polícia de Trânsito", alega a catadora Ângela dos Santos, de 26 anos.

Outro morador chegou a dizer que o ônibus foi locado para que eles pudessem percorrer os bairros da Capital a fim de pedir doação para uma festa caipira que deve ser realizada no Dom Antônio. A informação foi negada por outros moradores e pela assessoria de comunicação da Prefeitura.

Um servidor da Guarda Civil Municipal afirma que depois de constatar as irregularidades no veículo, houve tumulto e foi necessário pedir apoio. Ao todo cinco viaturas foram acionadas para atender a ocorrência.

Durante a confusão, os moradores reclamaram da situação de moradia e os secretários da Emha (Agência Municipal de Habitação de Campo Grande) Dirceu de Oliveira Peters, da Semps (Secretaria Municipal de Segurança Pública), Luidson Borges Tenório Noleto e a adjunta da Sepanflic (Secretaria Municipal de Planejamento, Finanças e Controle), Maria do Carmo Araújo Melo, foram ao local.

A presença dos secretário provocou tumulto. Os titulares da Emha e Sepnaflic solicitaram uma comissão com 15 representantes de moradores. Depois disso, eles participarão de uma reunião, ainda nesta tarde, para discutir as obras de moradia dos remanejados da Cidade de Deus.

O veículo foi apreendido e será encaminhado para o pátio do Detran (Departamento Nacional de Trânsito). Moradores disseram ao Jornal Midiamax, que foram ameaçados e que os guardas estavam armados. A informação foi negada pela assessoria de comunicação da Prefeitura, que destacou que os servidores não usam arma de fogo.