Batalhadora, brincalhona e humilde. É assim que os amigos descrevem Natalia Silva, jovem de 20 anos que faleceu na noite de terça-feira (26), horas após ser atropelada na Avenida Gury Marques, em Campo Grande. Ela ia entregar um currículo em um mercado atacadista quando foi atingida por um carro.
Desempregada há meses, a moça dividia casa com uma amiga no bairro Parati. Buscava uma nova oportunidade de emprego.
Natalia perdeu a mãe há cinco anos, vítima de um câncer. Não foi o suficiente para que ela perdesse o sorriso. "Ela nunca reclamava da vida, mesmo com a perda que teve, sempre foi muito sorridente", contou a amiga Jéssica Oliveira, que conheceu Natália em uma integração entre as empresas que trabalhavam, ambas do mesmo grupo empresarial. Ela também foi vizinha da moça por dois anos.
No velório de Natalia, na tarde desta quarta-feira (27), Jéssica sorria enquanto contava algumas lembranças que tinha da amiga. Com a voz embargada, disse que levará para sempre as lições que aprendeu com a garota. "Ela sonhava em fazer faculdade, sempre quis ser alguém na vida. Vou levar para sempre a humildade e a persistência, ela tinha muita", desabafou.
Rosa Antunes trabalhou com Natália em um hipermercado da cidade. Com admiração, a lembrança da força de vontade da moça é o que ficará. "Sempre foi batalhadora, dedicada. Era uma menina que lutava muito, que sempre trabalhou. Ela nunca deixou de procurar emprego. Ela foi atropelada enquanto ia entregar um currículo", ressaltou.
O acidente - Segundo boletim de ocorrência registrado pela irmã da vítima, Neide Silva, Natalia atravessava a Avenida Gury Marques, próximo ao mercado Fort Atacadista, na Vila Albuquerque, por volta das 18 horas quando foi atingida por um veículo Fiat/Palio, conduzido por Márcio de Oliveira Pinheiro, 31 anos, que seguia no sentido Bairro/Centro.
Natália sofreu TCE (Traumatismo Craniano Encefálico) e chegou a ser socorrida pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e foi levada à Santa Casa, onde faleceu por volta das 20h30. O caso foi registrado como homicídio culposo, quando não há intenção, na direção de veículo na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro.