Criada em 2014 como forma de socorrer animais silvestres atropelados em rodovias de todo o país, o aplicativo batizado de Urubu mobile, está à procura de novos colaboradores em Mato Grosso do Sul. Apesar do Estado abrigar um dos maiores biomas do país, ainda são poucos usuários do app.
A plataforma foi idealizada pelo Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas (CIEE), em 2014, mas com poucos adeptos em Mato Grosso do Sul (cerca de 5% dos usuários), a tecnologia estará a mostra no shopping Norte Sul Plaza até o dia 11 de setembro.
A ideia é simples. Basta baixar o aplicativo e fazer o cadastro. Quando um animal foi encontrado, ferido ou morto, é só fazer o registro fotográfico pelo aplicativo. Automaticamente o local e a data serão identificadas. Caso esteja sem sinal, ainda é possível guardar o registro e enviar quando houver cobertura telefônica. e O sistema possui um GPS, que poderá localizar o local do acidente. Todas as informações são encaminhadas a um banco de dados, que além de servir para estudos ambientais, também poderão ser oferecidos ao governo e as concessionárias de rodovias, para que construam formas de reduzir a mortalidade desses animais.
Segundo o biólogo Alex Bager, da Universidade Federal de Lavras, em Minas Gerais, e um dos idealizadores da plataforma, o sul-mato-grossense tem um diferencial em comparação à outros lugares: O fluxo constante entre cidade para o lazer. “As pessoas daqui costumam ter fluxo com outras cidades ,muitos tem fazendas, e chácaras no interior, estão constantemente na estrada. Por isso, expor o aplicativo aqui é uma forma de informar essas pessoas, e mostra que elas podem contribuir com o meio-ambiente e salvar vidas”, explicou.
A situação do Estado, segundo Alex, não é das melhores do país. Ele informou que há 473 registros de animais mortos em Mato Grosso do Sul desde 2014, mas para ele, esse número ainda é ilusório. “Não é nem perto do que morre na verdade, a estimativa fala em 300 cachorros do mato atropelados a cada 100 km em um ano”.
Ainda de acordo com Alex, o alto índice de mortes é provocado pela falta de sinalizações e ações efetivas, pois os mecanismos para frear os acidentes no Estado ainda são escassos, e em regiões pantaneiras, está muito aquém do indicado. Para ele, a BR-262 é a principal preocupação, principalmente entre os trechos entre Campo Grande e Três Lagoas, e da Capital à região Pantaneira.
Para Alex, os mecanismos para frear os acidentes no estado ainda são escassos, e em regiões pantaneiras, está muito aquém do indicado. “De Miranda para Corumbá são 15 redutores de velocidade e só. Não existe praticamente nada, fico impressionado”.
“Daqui a Bonito não há nenhuma sinalização, e justamente num ponto turístico. As pessoas vem querendo ver fauna e a biodiversidade, e a primeira impressão é de que está causando um impacto naquilo que estão buscando”, avaliou.
Recomendações - Para que o registro não cause problemas, o Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas recomenda que: Ao avistar um animal atropelado, o veículo reduza a velocidade com cautela, estacione o carro com segurança no acostamento e ligue o pisca alerta e então registre a imagem do animal.
É recomendado também para que seja evitado o contato com a carcaça, pois animais pedem transmitir doenças e parasitas; Se o animal estiver vivo não tente capturá-lo e transportar, certamente o animal estará machucado, com medo e sentindo dor, podendo morder ou atacar se você tentar manusear. Avise a polícia rodoviária e/ou o pessoal da concessionária da rodovia.