Mecanismo foi desenvolvido pelo Setlog e está em teste com algumas transportadoras de MS
A jornada dos motoristas que transportam produtos e cargas pelas rodovias a fora poderá ser registrada por um aplicativo, que, em tempo real, vai informar às empresas o horário de entrada, saída para almoço, intervalo e saída.
Esta é a ideia do aplicativo criado por uma empresa incubada da USP (Universidade de São Paulo) a pedido do Setlog (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística de Mato Grosso do Sul).
A fase, de acordo com o diretor administrativo, Dourival Silva de Oliveira, é que a tecnologia seja homologada pelo Ministério do Trabalho e, quem sabe, se estenda pelo País. Por enquanto, transportadoras como Três Américas e Rodobelo testam o serviço, afirma.
O "Jornada do Motorista" está disponível nos dispositivos que baixam aplicativos nos celulares, inclusive. "Conversamos com o Ministério Público para saber como poderíamos fazer algo que tivesse validade jurídica. Nos auxiliaram e nós contratamos uma empresa para fazer o projeto".
A ideia do dispositivo surgiu depois de inúmeras ações trabalhistas na Justiça condenando empresas a pagar indenizações aos seus funcionários. O que acontece, explica, é que muitas vezes o motorista não assina a chamada ficha de bordo e a transportadora tem poucas provas para comprovar se o trabalhador desempenhou a função dentro da lei.
O projeto prevê que o aplicativo seja instalado no celular exclusivo do motorista, que vai aproximar o aparelho em um leitor na sede da transportadora, comprovando o começo da jornada.
Outro dispositivo, semelhante a um chip, mas de forma redonda, vai ser instalado no caminhão. E será este mecanismo que vai registrar qualquer parada do motorista que leve tempo superior a três minutos.
O trabalhador terá de registrar o que vai fazer. As opções são: iniciar direção; entrar em espera; iniciar refeição e iniciar descanso. O diretor explica que, mesmo que o motorista não registre sua atividade, o aplicativo vai registrar as paradas e início de trânsito, de qualquer forma. Depois, o trabalhador terá de justificar.
Antes de estar de fato na prática, o Setlog vai à Brasília em novembro para conseguir autorização do Ministério do Trabalho. A partir disto, as transportadoras que quiserem aderir terão de fazer as adaptações do registro de seus funcionários.