A menina Júlia Marcheti Ferraz, 5, que passou por uma cirurgia de medula nos Estados Unidos no início de fevereiro, desembarcou no Brasil na noite de quarta-feira (4) e já está na casa dos pais em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Júlia, que tem paralisia cerebral, ficou um mês em recuperação no St. Louis Children's Hospital, nos Estados Unidos e, depois do procedimento, já fica em pé e esboça seus primeiros passos. Ela também já voltou à escola e começa a fisioterapia na segunda-feira (9).
Segundo o pai da menina, Alexandre Ferraz, Júlia já foi à escola hoje, onde também foi recebida com uma festa. Em relação ao processo de fisioterapia, ele informou que serão cinco dias por semana de atividades para que Júlia recupere plenamente as funções motoras. A expectativa é que, em 120 dias, ela já caminhe normalmente sem a ajuda de aparelhos.
"Será uma rotina intensa onde seguiremos o programa feito nos Estados Unidos. Ela ainda está se acostumando com o horário brasileiro, mas já começou a viver novamente sua rotina. Acreditamos que isso vai ser fundamental pra ela", disse Alexandre.
A família de Júlia ingressou com a ação desde o ano passado na Justiça Federal pedindo que o governo brasileiro bancasse o procedimento nos Estados Unidos. O custo do procedimento foi de aproximadamente R$ 150 mil. No Brasil, o procedimento é realizado pelo SUS em casos até mais severos da deficiência, a partir do grau 2. Desde 2010, o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto, unidade na qual a menina fazia tratamento, realizou 19 cirurgias de rizotomia dorsal. Segundo informação do Ministério da Saúde, a família teria preferido entrar na justiça para garantir a cirurgia fora do país.
A Justiça concedeu o pedido, mas o governo recorreu, em dezembro, e o dinheiro chegou a ser congelado. Só em janeiro, depois de correr o risco de perder a vaga no hospital norte-americano, os recursos foram definitivamente liberados e a operação foi realizada em 6 de fevereiro.
Após acompanhar os primeiros momentos da recuperação da filha, Alexandre Ferraz voltou ao Brasil em 9 de fevereiro. Após o período de recuperação, que durou um mês, Júlia e a mãe regressaram ao Brasil, onde o trabalho de fisioterapia seguirá.
Júlia e a mãe, Ana Paula, desembarcaram no Aeroporto Internacional de Guarulhos, onde foram recebidas pelo pai da menina, Alexandre Ferraz. Depois, a família seguiu para Ribeirão Preto, onde Júlia foi recebida com uma festa no prédio onde mora e reencontrou a irmã Cecília. "Foi uma recepção maravilhosa. Minha família está junta de novo, a Júlia já está quase andando. Meu coração está completo", disse.