Em Mato Grosso do Sul, pacientes portadores da doença de Parkinson que passaram por uma cirurgia "revolucionária" estão tendo suas vidas mudadas. A cirurgia não cura a doença, mas melhora a qualidade de vida dos pacientes, fazendo com que eles consigam realizar movimentos que antes eram impossíveis.
O militar reformado Pedro Beatriz Neto, primeiro paciente no estado a passar pela cirurgia há 14 anos, conta que após o procedimento cirúrgico ele consegue trabalhar no computador e fazer outras atividades que antes não conseguia. “Acordo, faço caminhada, pedalo, depois tomo café, faço serviço de casa e até varro a calçada”, explica Neto.
O neurocirurgião César Augusto conta que quando conheceu Neto, ele não conseguia se movimentar, pois não possuía coordenação motora. O procedimento não é indicado para qualquer paciente, apenas para casos em que a pessoa não responde ao tratamento com remédios.
A cirurgia, que é feita com o paciente acordado, começa com a abertura de dois furos na cabeça dele para a colocação de dois eletrodos. Um fio liga essas duas peças a um gerador que fica na região do tórax. Esse aparelho emite pulsos elétricos, e essa estimulação bloqueia os sintomas da doença. Na medida em que os procedimentos são feitos o paciente reage imediatamente.
O aposentado Eduardo Oliveira passou pelo procedimento há quatro anos, e diz que voltou a viver depois da cirurgia, já que consegue abotoar a própria camisa e caminhar com passos firmes.
O procedimento que custa cerca de R$ 200 mil é previsto pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas o estado não é referência para a realização da cirurgia. As que foram feitas pela rede pública, só foram possíveis depois de decisões judiciais. O paciente que tem a indicação médica, mas não pode pagar, deve procurar a defensoria pública.
Nos últimos três anos pelo menos três pessoas procuraram o órgão para conseguir fazer a cirurgia.