Por ser um combustível limpo e renovável, o aumento da mistura de biodiesel ao diesel fóssil melhora a qualidade do ar dos municípios brasileiros e contribui para que o Brasil reduza as emissões de GEE provenientes do uso de combustíveis fósseis.
Novos caminhos para descarbonizar o transporte urbano no Brasil foi o tema central de reunião entre a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e representantes da Frente Parlamentar Mista do Biodiesel (FrenteBio), da Ubrabio (União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene) e demais entidades do setor, realizada na terça-feira (16).
“O Brasil tem a oportunidade de apresentar na COP 21 um programa que já vem dando certo”, afirmou o presidente da FrenteBio, deputado federal Evandro Gussi (PV-SP) ao defender um marco regulatório que dê previsibilidade ao setor de biodiesel, tendo em vista que o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB) representa uma pauta positiva para o País.
“Sabendo do desejo do Brasil de contribuir e protagonizar esse processo de redução das emissões de gases do efeito estufa (GEE), com o processo de aumento de mistura de biodiesel, para além da questão econômica, sob o ponto de vista ambiental, nós temos condições de apresentar um programa concreto que contribui para a redução de emissões de gases do efeito estufa”, destacou o deputado.
O setor apresentou como principais demandas a evolução do uso de biodiesel no país por meio do aumento da mistura obrigatória de 7% (B7) para B8 imediatamente e com progressividade para o B9 e B10, ampliando o mercado e dando previsibilidade à indústria, além de usos facultativos de misturas superiores, como o B20 no transporte metropolitano.
A Ubrabio (União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene) estima que, se os ônibus que fazem o transporte urbano das 40 maiores cidades brasileiras fossem abastecidos com uma mistura de 20% de biodiesel no diesel – o chamado B20 Metropolitano – 300 milhões de litros de combustível fóssil deixariam de ser consumidos anualmente, evitando a emissão cerca de 577,2 mil toneladas a mais de CO2 pelo transporte público dessas cidades. Isso equivale ao plantio de 3,6 milhões de árvores.
“Nossa ideia é que a introdução do B20 Metropolitano nas grandes cidades ocorra dentro de um modelo em que a questão ambiental, principalmente a questão da qualidade do ar das cidades, seja a principal motivação”, defendeu o presidente da Ubrabio, Juan Diego Ferrés.
Na última semana os líderes do G7 anunciaram o compromisso de eliminar gradualmente os combustíveis fósseis de sua matriz energética, como contribuição efetiva para o objetivo global de redução de emissões de GEE.
Para a ministra Izabella Teixeira, a agenda do clima é uma agenda de desenvolvimento e o setor de biodiesel desempenha um papel de interlocução central nesse sentido.
“Este é o debate que o Brasil deseja. Nós, brasileiros, queremos fazer a diferença na negociação do clima também por essa competitividade que nós temos hoje com o aprendizado no setor de biocombustíveis no Brasil”, defendeu a ministra.
A ministra também chamou a atenção para o papel que o Brasil pretende desempenhar nos próximos anos, no sentido do desenvolvimento com uma economia de baixo carbono.
“O que se quer objetivamente é debater a participação dos bicombustíveis na matriz energética brasileira.
Eu acho que é extremamente pertinente que o Brasil trilhe esse caminho do ponto de vista da economia de baixo carbono, mas também do ponto de vista das salvaguardas econômicas e sociais.
É preciso ter viabilidade, previsibilidade, e transparência para que a sociedade saiba que caminhos são esses assumidos pelo país e mostrar que o Brasil é um país que quer fazer a diferença no seu desenvolvimento com a inclusão social e a proteção ambiental”, conclui.
Participaram da reunião a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, o secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental/MMA, Carlos Klink, o senador Valdir Raupp (PMDB-RO), os deputados federais Evandro Gussi (PV-SP), Sérgio Souza (PMDB-PR), Jerônimo Goergen (PP-RS), Bohn Gass (PT-RS) e Adilton Sachetti (PSB-MT), o presidente do Conselho Superior da Ubrabio, Juan Diego Ferrés, o vice-Presidente de Relações Associativas e Institucionais da Ubrabio, Paulo Mendes, o diretor de Biocombustíveis de Aviação da Ubrabio, Pedro Scorza, o diretor superintendente a Ubrabio, Donizete Tokarski e o diretor executivo da Ubrabio, Sergio Beltrão, além de representantes das demais entidades do setor.