A safra 2023/24 de soja tinha potencial produtivo superior a 160 milhões de toneladas.
Contudo, as adversidades climáticas ao longo do ciclo da cultura foram mostrando que não haveria possibilidade de atingir o número.
Com isso, diversas consultorias e órgãos oficiais foram cortando as suas projeções. Porém, até o momento, a Pátria Agronegócios foi a mais incisiva nesta atualização. Em estudo encomendado pela Câmara Setorial da Soja, a empresa indica que o ciclo atual da cultura será de 143,18 milhões de toneladas.
Se confirmada, haverá uma redução de 7,4% frente à última temporada, apontada em 154,6 milhões de toneladas.
2ª maior quebra de safra de soja
O consultor comercial da consultoria, Ronaty Makuko, aponta que em termos percentuais, o ciclo 23/24 deve representar a segunda maior quebra de safra de soja da história, ficando apenas abaixo da temporada 21/22, quando a redução frente à campanha anterior foi de 10%.
“O que estamos observando são relatos de produtores clientes da Pátria desde o Rio Grande do Sul até Rondônia, nos mostrando que há uma perda muito grande vinda dos solos brasileiros porque a soja que foi plantada no final de setembro ou início de outubro teve o seu ciclo muito antecipado, tendo as primeiras colheitas agora e não conseguindo mais de 40 sacas de soja”.
Diante desta realidade, a consultoria estima que haverá uma redução de 8,1% na produtividade média do grão no país:
De 3.507 kg/ hectare (58,45 sacas) em 22/23
Para 3.223 kg/ hectare (53,71 sacas) em 23/24
Quanto à área semeada, é aponta em 44,42 milhões de hectares, aumento de apenas 0,77% diante da safra 22/23.
Em Mato Grosso, maior produtor de soja do Brasil, a Pátria estima perda de 17% na produção, indicando em 37,86 milhões de toneladas, frente 45,60 milhões de toneladas colhidas na safra passada.