Objetivo é ampliar o dicionário de sinais do aplicativo VLibras, que passará a contar com termos do cotidiano legislativo.

A Câmara dos Deputados firmou na sexta-feira (18) acordo com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (Mpog) e a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) para incluir termos do cotidiano legislativo no dicionário de sinais do aplicativo VLibras – conversor de conteúdos da internet para a linguagem de sinais.

A ideia é ampliar o conteúdo informativo de 10 milhões de portadores de deficiência auditiva e, em especial, dos que utilizam a Língua Brasileira de Sinais (Libra) como primeira língua, em vez do português.

Hoje, o software VLibras faz a tradução de 7.400 sinais de sites comerciais e do governo; com o dicionário elaborado pela Câmara, serão incluídos mais 1.200 sinais.

Para o secretário de tecnologia e informação do Ministério do Planejamento (Mpog), Cristiano Rocha Heckert, aplicativos como o VLibras aproximam governo e cidadão.

"As pessoas vão poder acessar todo o conteúdo disponível na Câmara dos Deputados, no Senado Federal e nos órgãos de governo que trabalham com processo legislativo, por meio de vídeo ou em texto traduzido para linguagem brasileira de sinais”, observou.

Agilidade

Caberá aos intérpretes de Libras da TV Câmara traduzir para a língua de sinais as informações do legislativo. O intercâmbio de dados pode tratar, por exemplo, da tramitação de uma Medida Provisória no Congresso Nacional.

Esse material será enviado para a Universidade Federal da Paraíba, onde a figura humana será substituída por um avatar - expressão que traduz uma figura gráfica no meio digital.

Segundo a coordenadora de acessibilidade da Câmara, Adriana Januzi, o dicionário legislativo de sinais deve estar completo em julho de 2016.

Ela explicou que a opção pela conversão da linguagem de sinais via avatar confere rapidez à troca de informações: "Se você fizer isso com um interprete humano é impossível que o profissional esteja sempre indo ao estúdio para gravar os sinais na velocidade que a informação é gerada”.

Intérprete de libras há seis anos na Câmara, Ester Duarte, acredita que o programa via avatar não vai substituir o intérprete ao vivo e, sim, diminuir as barreiras de acesso às informações legislativas.

“A própria comunidade surda vai poder alimentar esse dicionário; o leque de conhecimento na área legislativa vai se multiplicar”, sustentou.

A versão atual do aplicativo VLibras foi desenvolvida em parceria entre Ministério do Planejamento (Mpog) e Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

O tradutor está disponível nas versões Android e iOS para smartphones e tablets e pode ser baixado de forma gratuita pelo site www.vlibras.com.br.