As chuvas constantes em Mato Grosso do Sul que deixaram 25 municípios em situação de emergências e quatro rios em nível de alerta, também são a grande preocupação dos produtores do Estado. Com o grande volume de água 1,3 milhão de hectares, que corresponde a 56,7% dos 2,4 milhões de área plantada na safra 2015/2016, está comprometida.
Os municípios mais afetados são, Amambai, Antônio João, Aral Moreira, Caarapó, Coronel Sapucaia, Deodápolis, Douradina, Dourados, Eldorado, Iguatemi, Itaporã, Itaquiraí, Japorã, Jateí, Juti, Laguna Carapã, Mundo Novo, Naviraí, Paranhos, Ponta Porã, Sete Quedas e Tacuru.
Durante o lançamento oficial da colheita da soja e do plantio de milho safrinha, na manhã desta quinta-feira (14), no sistema Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), o presidente da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul), Christiano da Silva Bortolotto, destacou que muitas estradas ficaram inacessíveis o que dificulta a colheita.
"A dificuldade para com o transporte vem de forma preocupante porque não está nas mãos do produtor. Ele está ajudando o Estado para tentar corrigir os problemas de trânsito de sua lavoura, de sua soja colhida, mas existem momentos nos quais ele não consegue transportar o produto colhido em sua lavoura para os armazéns", afirma.
O titular da Sepaf (Secretaria de Estado de Produção e Agricultura Familiar) ressalta que as dificuldades em relação ao acesso às áreas plantadas, armazéns e escoamento dos grãos, se devem às constantes chuvas, que também atrapalham o trabalho de recuperação das estradas e pontes danificadas.
"Temos sido cobrados intensamente sobre os transportes, a situação das estradas e pontes danificadas. o governo está com várias frentes em todo o Estado, mas a maioria não consegue trabalhar por conta da chuva que impede até que os maquinários se movimentem. Tão logo tivermos condições vamos fazer os trabalhos. Nosso pior inimigo tem sido a chuva. Este é um ano atípico em função do El Niño", explica.
Embora as condições climáticas têm preocupado os produtores, as perspectivas são consideradas positivas. A produção foi estimada em 7,26 milhões de toneladas, ou seja, 4,16% a mais que à temporada de 2015/2015 que atingiu 6,97 milhões de toneladas. A expectativa é de que a comercialização antecipada seja 2,92 milhões de toneladas, mais de 40% do plantio, enquanto no ano passado a comercialização antecipada atingiu apenas 25%.
Quanto ao milho safrinha, que deve ser plantado em junho, a estimativa é de que a área plantada seja de 1,79 milhão de hectares, 4% a mais que o ano anterior. A projeção é de que o volume de grãos seja superior a 9,5 milhões de toneladas atingindo 4,1% de crescimento em relação a última safra.