Sistema está sobrecarregado com aumento de até 45% na demanda do pronto atendimento.
Hospitais particulares de Campo Grande também têm registrado lotação nos últimos dias. A demanda de pacientes nos pronto atendimentos teve aumento de até 45%, em decorrência de doenças respiratórias e dengue.
Diversos são os relatos de leitores do Jornal Midiamax sobre horas e horas de espera por atendimento em unidades de saúde de Campo Grande, sejam elas públicas ou particulares. O aumento na demanda por atendimento expõem a fragilidade da saúde, exatamente três anos após a maior crise sanitária enfrentada no mundo, devido à Covid-19.
Nesta semana, o Jornal Midiamax mostrou que a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) registrou aumento de 30% na demanda por atendimento nos postos de saúde de Campo Grande nos últimos 15 dias. Eles atribuem à volta das aulas escolares o pico nos atendimentos.
Presidente do Sinmed/MS (Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul), Marcelo Santana afirma que o atendimento na saúde está pressionado devido a incidência de várias doenças. 'Há aumento nos casos de dengue, das síndromes respiratórias, também temos vários registros de Covid-19. Além disso, nesse período pós Carnaval é mais comum esse aumento na busca por atendimento', explica.
Hospitais particulares lotados
Na quarta-feira (15), leitores do Jornal Midiamax relataram espera de três a cinco horas por atendimento no hospital da Cassems, em Campo Grande. 'Tem idosos de 80 anos esperando a três horas. Está super lotado e me avisaram que ainda vai demorar mais umas três horas para me atender', disse o leitor.
Em nota, a Cassems informou que registrou aumento na demanda no Pronto Atendimento. 'As viroses, em especial as respiratórias, têm repercutido bastante no atendimento, com aumento em torno de 45% e 20% no atendimento na pediatria e adulto respectivamente'.
Informou ainda, que está operando com a capacidade máxima de médicos e enfermeiros para minimizar o tempo de espera.
Já a Unimed, também confirmou aumento significativo no número de atendimento no Hospital de Campo Grande, principalmente por casos suspeitos ou confirmados de dengue e doenças respiratórias.
'Ressaltamos que providências já estão sendo tomadas para diminuir o tempo de espera nos Prontos Atendimentos e para que todos os pacientes recebam atendimento médico adequado, entre elas, divulgamos em tempo real uma lista de médicos pediatras com vagas disponíveis em seus consultórios, através do link http://bit.ly/Pediatria_UnimedCG, para casos de crianças que apresentam sintomas mais leves'.
Por fim, a nota afirma que o hospital segue todos os protocolos e orientações do Ministério da Saúde referente ao atendimento destes pacientes, incluindo a classificação de risco dos mesmos. Além disso, conta com equipes completas de médicos e enfermeiros classificadores, focados no atendimento desses pacientes.
Especialista recomenda cuidados com crianças
O aumento nas doenças virais é comum nesse período entre março e junho, mas o infectologista do Sabará Hospital Infantil, Dr. Francisco Ivanildo de Oliveria Junior, explica que nem todos os casos de sintomas em crianças é caso de hospital.
“Essas doenças respiratórias podem ter uma série de sintomas semelhantes como tosse, febre, coriza e obstrução nasal. Em crianças mais velhas e adultos, estas infecções habitualmente são leves e autolimitadas. Na maioria das vezes, os casos têm uma melhora nos sintomas após três dias', explica o médico.
Caso os sintomas não se estabilizem nesse período ou a criança apresente falta de ar e cansaço; dificuldade ao respirar: esforço maior no pescoço e na barriga; prostração /inatividade ou frequência respiratória aumentada na ausência de febre (respiração rápida), os pais devem procurar um especialista.