Dados constam na Pnad 2017 Educação, que apontou taxa de escolarização de 52,2% entre crianças de 0 a 5 anos
Mais de 25% das crianças de Mato Grosso do Sul com idade entre 0 e 5 anos estão fora das creches por falta de vagas. Os dados constam na Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) 2017 Educação, divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), segundo a qual o número de crianças nessa faixa etária que não frequente instituições educacionais é de quase 50% do total que vive no Estado.
A Pnad apontou que a taxa de escolarização entre crianças de 0 a 5 anos (a idade anterior ao início do Ensino Fundamental) chega a 52,2%. Os 47,8% restantes estão excluídos do sistema educacional –sendo que 20,8% não estão matriculados por vontade dos pais.
Conforme o instituto, 27% das crianças de até 5 anos não estão matriculados por “razões alheias à vontade dos pais” –6,5% porque não existe creche na sua vizinhança ou a estrutura está localizada em local distante e 20,5% porque tais estruturas até existem, mas não tem vagas.
Na comparação com a Pnad Educação de 2016, os números são, respectivamente, de 7,7% (não há unidade de ensino) e 19,5% (faltam vagas).
Deficit – Os dados da Pnad Educação não especificam a situação dos municípios –o “recorte” envolve Estados, regiões e o país. Em Campo Grande, as matrículas para creches foram abertas no fim de 2017 e envolveram aproximadamente 8,5 mil vagas, incluindo 2.285 recém-criadas –dentro de um total superior a 16 mil, já contando crianças que ainda permaneceriam no sistema. O deficit nos Ceinfs (Centros de Educação Infantil) permanecia próximo a 7 mil.
O prefeito Marquinhos Trad assegurou que “de um a três” Ceinfs devem ser inaugurados até agosto, data de aniversário de Campo Grande. A Semed (Secretaria Municipal de Educação) avalia entregar quatro unidades neste ano: Jardim Noroeste e Centenário, que devem ser concluídos até a data prevista por Marquinhos, e Vespasiano Martins e Nascente do Segredo.
A reportagem não conseguiu contatar o presidente da Assomasul (Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul), Pedro Caravina (PSDB, Bataguassu), para comentar os dados –ele lidera delegação de prefeitos do Estado que participa da Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios, na capital federal.