Mudança na regra para taxa de juros flutuante causa dúvidas
O FCO (Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste) teve contratados, de janeiro a abril, R$ 567 milhões em Mato Grosso do Sul. Empresários e produtores rurais buscam entender as novas regras da linha de crédito, que adotou taxa de juros flutuante.
Gláucio Zanettin Fernandes, superintendente regional do Banco do Brasil, destacou em evento na Fiems (Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul) estarem alocados R$ 2,2 bilhões para o financiamento de capital de giro, assim como projetos de construção, reforma e ampliação de empresas durante o ano no Estado.
Montante reflete aumento nas contratações que, em dois anos, ampliou de R$ 903 milhões para R$ 2,131 bilhões a participação de contratos do FCO no Estado. Ao menos 34% foi de pequenas e médias empresas, enquanto 66% de grande porte. Neste ano, contratos com o setor rural somam R$ 375 milhões e no empresarial R$ 187 milhões.
Para Sérgio Longen, presidente da Fiems, a meta no Estado consiste em ampliar o valor de financiamento para R$ 2,5 bilhões, apostando assim em um cenário de retomada econômica.
Alterações na taxa de juros, no entanto, tem impactado as contrações. Enquanto na linha empresarial foi adotada taxa flutuante com base na TLP (Taxas de Longo Prazo), na rural permanece a pré-fixada até a definição de novos critérios previstos para 29 de junho.
Renato Roscoe, diretor técnico do Sistema Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária), explicou que mudar a regra para o agronegócio significa mais um fator de risco à produção. "O setor está muito apreensivo com a taxa flutuante, mas aguardamos a nova regra".
Considerando a nova taxa, conforme o superintendente do Banco do Brasil, ela está mais barata ao considerar variação de 3,5% a 4,5% - se investimento ou capital de giro - ante os 8,8% a 9,57% aplicados no ano passado aos investimentos e 12% a 14% para o capital de giro dissociado. "Mesmo considerando o IPCA nos últimos 12 meses e as projeções caiu basicamente pela metade os custos que tínhamos", ressaltou Gláucio Zanettin.
Na opinião de Cláudio Mendonça, diretor superintendente do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), existe ganho para a pequena empresa em contratar o FCO porque "em um ano ou dois a economia não tem grandes variações e se a inflação aumentar o preço do produto também aumenta, mas vale o planejamento financeiro".
Energia solar - Hoje restrito a produtores rurais e empresas, a aquisição de painéis para geração de energia solar também poderão ser financiados pelo FCO por pessoas físicas. Informação foi confirmada pelo secretário de Estado de Desenvolvimento, Jaime Verruck.
Decisão do Condel (Conselho Deliberativo do Desenvolvimento do Centro-Oeste), contudo carece de regulamentação para a linha de crédito ser ofertada aos interessados.