Um estudo comprovou o que muita gente por aí já deve ter percebido por experiência própria: o estresse faz com que a gente sinta mais dor, ou melhor, tenha mais dificuldade de suportá-la.
Em artigo publicado na revista médica Pain, pesquisadores da Universidade de Tel Aviv relatam como a indução de estresse agudo altera os mecanismos de modulação da dor. Em parceria com cientistas da Universidade McGill, a equipe aplicou testes em um grupo de 29 adultos jovens do sexo masculino.
Eles descobriram que o limiar da dor permanece inalterado após a indução de estresse. Mas há um aumento significativo na intensificação da dor e uma redução na capacidade de inibir a sensação.
Em um dos testes, os participantes tinham que sinalizar o momento em que um estímulo de calor, aumentado gradativamente, tornava-se doloroso. Em outro, eles tinham que completar um programa com exercícios aritméticos cronometrados. Quanto maior o estresse percebido, mais disfuncionais as capacidades de modulação da dor se tornavam.
O estresse tem como característica a sensação de que é impossível controlar determinada situação, como estar preso no trânsito, por exemplo. Estudos anteriores já mostraram que conviver com isso de forma constante é bem mais prejudicial à saúde que viver uma situação de estresse agudo. E o problema está associado a dores crônicas e sistêmicas (que afetam vários órgãos).
Por isso, se não dá para evitar as situações de tensão, é preciso investir em técnicas de relaxamento e terapias para reduzir a influência negativa desse inimigo que parece estar cada vez mais próximo.