Instituição informa que criminosos têm se passado por enfermeiros e médicos para pedir dinheiro para falsos exames.
Com Mato Grosso do Sul registrando mais de 14 mil pessoas vítimas de estelionato em 2024, o Estado observa as mais diversas variações dessa prática, com criminosos se passando inclusive por médicos e enfermeiros da Santa Casa para enganar familiares de pessoas que estão internadas em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Em nota, a unidade hospitalar informou o ocorrido na manhã desta terça-feira (28), alertando não somente para essa "nova" modalidade de golpe, mas também orientando a população sobre o método que a Santa Casa usa para, de fato, entrar em contato com essas pessoas.
"Criminosos estão tentando aplicar golpes em familiares de pacientes internados no hospital, fingindo ser funcionários, enfermeiros ou médicos, e pedindo dinheiro para exames e procedimentos falsos", expõe a Santa Casa em nota.
Ainda, em complemento, eles frisam que principalmente familiares de pessoas internadas em UTIs têm comunicado o golpe, mas dizem que também outros setores da instituição têm sido usados para enganar a população.
Diante da gravidade de tal prática criminosa, o hospital ainda faz questão de esclarecer que jamais fará nenhum tipo de cobrança por telefone, transferência ou depósito.
"[O hospital] segue a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) dos pacientes, garantindo que as informações médicas sejam compartilhadas apenas pessoalmente ou pelo Boletim Médico de Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC)", ressalta a instituição.
Gerente Médico da Santa Casa, Pedro Paulo Romano destaca que, de forma corriqueira, grandes hospitais são alvos de quadrilhas estruturadas que se beneficiam em cima do sofrimento alheio.
"Pessoas que têm pacientes internados ou no pronto-socorro ou nas áreas críticas da UTI e, por estarem bem emotivos com esse sofrimento, [criminosos] utilizam dessas ligações para fazer cobranças indevidas".
O gerente frisa que a Santa Casa é um hospital privado que atende ao Sistema Único de Saúde, seguindo portanto os princípios e diretrizes que coordenam o SUS.
"A Santa Casa não faz nenhum tipo de cobrança para o familiar via telefone, ou passa um PIX que não seja do hospital ou faça alguma cobrança que não seja também pessoalmente, isso das coisas que acontecem no privado. Quando é no SUS, [a unidade] tem um cotrato com a Secretaria de Saúde", afirma.
Ou seja, caso falte algo para o familiar a Santa Casa irá notificar a Secretaria de Saúde, que por sua vez busca o valor para tentar fazer o tratamento correto.
"Mas jamais o Santa Casa vai cobrar do familiar ou outras instituições, qualquer outro hospital vai cobrar do familiar quando atende pelo SUS de forma direta, né, via telefone", complementa ele.
Golpes em MS
Dados atualizados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), referentes aos 12 meses de 2024, apontam um total de 14.342 pessoas vítimas de estelionato em Mato Grosso do Sul.
Estelionato, por definição do Código Penal, trata-se de "obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento".
Mato Grosso do Sul mantém, há pelo menos três anos, um volume anual de mais de 14 mil casos de estelionato registrados em seu território.
Entre as modalidades de golpe denunciadas, aparecem, por exemplo:
Golpe da CNH
Golpe da Selfie
Golpe da Visita de Natal
Golpe do IPTU (boleto falso)
Golpe do ingresso de show
Golpe do Presente Maçônico
Golpe das Bolsas de Luxo
Golpe do Nudes
Por isso, é preciso estar atento pois, como bem abordou o Correio do Estado, estelionatários têm se passado até por "pecuarista galanteador que promete caminhonetes", usando até mesmo o celular do professor esfaqueado em 13 de dezembro, Roberto Figueiredo, para pedir dinheiro.
Portanto, desconfie de qualquer facilidade; não compartilhe informações com desconhecidos; confirme os dados antes de qualquer transação financeira e confirme sempre a veracidade de quem entrou em contato.