Três pessoas foram presas e 23 aeronaves foram apreendidas, além de duas áreas rurais e um apartamento avaliados em R$ 40 milhões.
A Polícia Federal (PF) realizou nesta quinta-feira (6) em Mato Grosso do Sul e em Goiás a Operação Cavok, que resultou na prisão de três pessoas, apreensão de 23 aeronaves de pequeno porte e sequestro de bens avaliados em R$ 40 milhões - dois imóveis rurais e um apartamento de luxo, ambos localizados em território goiano.
O objetivo da ação foi desarticular economicamente uma organização criminosa que atua nos dois estados e tem suas atividades dedicadas ao tráfico de drogas. Em solo sul-mato-grossense, na fronteira entre Brasil e Paraguai, os policiais apreenderam a frota de aviões usados para transportar drogas do país vizinho para várias cidades brasileiras.
Aqui, também foram feitas duas prisões, uma em cumprimento de mandado de prisão preventiva e outra em flagrante, por posse de arma. A terceira prisão, em Goiás, aconteceu também em cumprimento de mandado de prisão preventiva. Todos foram expedidos pela 1ª Vara Federal de Ponta Porã, que faz fronteira com a paraguaia Pedro Juan Caballero.
Ao todo, aproximadamente 110 policiais da PF, Polícia Militar de Goiás e Delegacia de Combate ao Crime Organizado (Deco) de Mato Grosso do Sul participaram da operação, que cumpriu 21 mandados de busca e apreensão durante esta manhã em vários locais. Receita Federal e outras instituições também colaboraram com o trabalho.
Eixo paraguaio
Já do lado paraguaio, a Polícia Nacional e o Ministério Público atuaram em conjunto com os brasileiros na investigação, tanto que durante o trabalho a polícia paraguaia interceptou em novembro do ano passado um avião com 130 kg de cocaína, em região rural conhecida como Fortuna Guazú, a 45 km de Pedro Juan Caballero.
Apesar do flagrante, o piloto da aeronave conseguiu fugir. Na semana passada, duas aeronaves também foram perseguidas em espaço aéreo sul-mato-grossense por caças Supertucano da Força Aérea Brasileira (FAB), sendo as duas interceptadas. Uma foi acompanhada e pousou em Rondonópolis (MT), com 450 kg de cocaína.
Enquanto isso, a segunda aeronave chegou a se aproximar do pouso em Três Lagoas, mas arremeteu e fugiu, parando apenas em Ivinhema. O equipamento foi abandonado pelo piloto com 700 kg de cocaína (somando 1,25 tonelada da droga), mas ele foi encontrado e preso posteriormente.
Quem pilotava o avião era Nélio Alves de Oliveira, de 70 anos, tendo Júlio Cesar Lima Benitez, de 41 anos, como seu copiloto. Nélio já foi vereador em Ponta Porã e vice-prefeito durante a gestão de Carlos Fróes, eleito em 1988. Em Rondonópolis, piloto e copiloto também foram presos. Os quatro ficaram sob custódia da Polícia Federal.