O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), ligado ao Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MP-MS) pediu que o prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), e vereadores entreguem os celulares para investigação.

A medida atendeu a um pedido do advogado Renê Siufi, que defende o vereador Edil Albuquerque (PMDB). Durante uma sessão na Câmara de Vereadores da capital foi feita uma denúncia de que o prefeito Alcides Bernal teria tentado comprar votos para evitar a cassação do seu mandato.

Segundo o Gaeco, tanto Bernal quanto os outros vereadores têm prazo de cinco dias para entregar os telefones. A assessoria de imprensa de Alcides Bernal informou ao G1 que o jurídico está analisando o pedido e que, a princípio, não vê problemas em entregar o aparelho ao Gaeco.

O advogado Renê Siufi cobra procedimento igual aos vereadores que votaram a favor de Bernal no processo de cassação, além do celular do próprio prefeito.

50 mil páginas
Dezessete vereadores, que votaram a favor da cassação de Bernal em março de 2014, empresários e o prefeito afastado Gilmar Olarte (PP) já tiveram os aparelhos celulares apreendidos e submetidos a perícia durante a operação Coffee Break.

A operação é um desdobramento, um “link” da Operação Lama Asfáltica, que investigou a suspeita de desvio de recursos públicos por meio de fraude em licitações, contratos administrativos e superfaturamento de obras realizadas no estado.

Durante a operação, o desembargador Luiz Claudio Bonassini da Silva, do TJ-MS, determinou, a pedido do MP, o afastamento dos cargos do então presidente da Câmara, Mario Cesar (PMDB) e o prefeito Gilmar Olarte, em razão da suspeita de corrupção ativa e passiva na votação da Câmara que cassou o mandato do ex-prefeito Alcides Bernal, em 12 de março de 2014.

O promotor de Justiça do Gaeco Marcos Alex pediu a quebra de sigilo bancário e fiscal de três empresas e pelo menos 20 pessoas físicas, incluindo dos vereadores que foram ouvidos nas últimas semanas, do prefeito afastado Gilmar Olarte (PP) e do empresário João Amorim. Já foi encaminhado um pedido de informações ao Banco Central e a Receita Federal para cruzar os dados e saber onde esse dinheiro foi aplicado.