O governador Reinaldo Azambuja (PSDB) recebeu na manhã desta segunda-feira (2), na Governadoria, representantes de diversos movimentos sociais ligados à reforma agrária e ao pequeno produtor. A intenção do Governo é diagnosticar as situações emergenciais de assentamentos e áreas produtivas para criar um cronograma de ações.
Na reunião, da qual também participaram o Secretário da Casa Civil, Sergio de Paula, e o Secretário de Estado de Governo e Gestão Estratégica, Eduardo Riedel, e a a vice-governadora e secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho, Rose Modesto, Reinaldo afirmou que o pequeno produtor será prioridade em sua administração e prometeu estreitar a relação do governo com o setor.
“Vamos priorizar essa relação com os pequenos produtores e iniciar sistemas produtivos. Queremos dialogar e vamos ouvir quais são os maiores problemas e as piores situações dos assentamentos para dar uma solução”, disse o governador.
Um cronograma emergencial deverá ser criado assim que os movimentos apresentarem documentos com avaliações dos assentamentos, estradas e infraestrutura. “A primeira etapa será urgente e vamos ver a possibilidade de realizar uma reunião bimestral para acompanhar o processo de perto”, afirmou o secretário de Paula.
No encontro, Azambuja prometeu articular a melhoria no sistema de água, luz e estradas vicinais. “Serão quatro anos de diálogo permanente. Precisamos de ações porque o discurso não enche barriga, queremos construir uma confiança”.
A parceria entre o Governo do Estado e os movimentos sociais é o mais importante na avaliação do secretário de Reforma Agrária da Fetragri (Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Mato Grosso do Sul), Romiro Moyses Neto. “O setor espera a parceria do governo para que os assentados tenham mais condições de produzir”, afirmou.
Hoje, já são quase mais de 30 mil famílias instaladas em 98 acampamentos no Estado, todas ligadas à Fetagri, de acordo com Neto.
“Existem assentamentos em Nova Andradina, Bataguassu, Eldorado, Itaquiraí, Coxim, Alcinópolis, Rio Verde e São Gabriel do Oeste e outros municípios. Precisamos de infraestrutura. Pelo menos 11 mil famílias ainda esperam a reforma agrária em várias regiões”, disse Neto.
Reforçando o discurso da Fetagri, o representante do diretório nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), Jonas Carlos Conceição, que também participou da reunião, afirmou que a infraestrutura é pauta especial no cronograma.
“Queremos reforma agrária e estrutura nos 56 assentamentos do MST em Mato Grosso do Sul, onde vivem 2,5 mil assentados. Ainda temos 12 acampamentos que esperam a reforma agrária e que estão em situações precárias”, disse Jonas Conceição.
Casa Civil e Secretaria do Governo ficarão responsáveis por articular e organizar as demandas.
Além do MST e Fetagri, estiveram presentes no Gabinete representantes da FAF (Federação da Agricultura Familiar), CUT (Central Única dos Trabalhadores) e o diretor presidente da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural), Enelvo Felini.