Com base no resultado da mutação identificada propõe-se estratégias especificas seja de rastreamento ou até mesmo de tratamento.
A Oncogenética é uma área da medicina derivada da Genética, avalia e aconselha pacientes cujas características sugerem aumento de risco para câncer de origem hereditária.
Segundo a médica em Oncologia Clínica do Hospital do Coração de Dourados, Dra. Sara Regina Scremin Wegner, “até o momento estima-se que 10 a 15% dos cânceres são hereditários. Nesses casos, é possível a identificação de uma mutação germinativa que pode ser “passada” dos pais aos filhos”, explica. O seu principal objetivo é auxiliar pessoas que apresentam risco aumentado de desenvolver câncer devido às suas características genéticas a reduzirem este risco.
Dra. Sara explica que “quando falamos em avaliação oncogenética trabalhamos com a avaliação pré-teste, na qual se analisa todo o perfil familiar para elaboração das hipóteses diagnósticas. Caso seja indicado o teste, o paciente será orientado quanto aos possíveis resultados e consequências dos mesmos. Após esse aconselhamento, o paciente irá optar ou não pela realização do teste”.
E este teste pode ser feito por meio do sangue ou saliva. O material é enviado para o laboratório de referência e então o DNA é “quebrado” para melhor análise. “Utilizamos para o teste sequenciadores de nova geração (NGS), com o objetivo de identificar as variações. Mas, se necessário outras tecnologias poderão ser necessárias como MLPA (Amplificação Multiplex de Sondas Dependente de Ligação). O teste será feito de acordo com os genes enumerados pelo geneticista ou oncogeneticista”, pontua a médica.
A prevenção e a detecção precoce são essenciais para aumentar a chance de cura para todos os tipos de câncer. E o tratamento oncogenético é um caminho importante nessa prevenção. “Por meio da oncogética poderemos atuar, em muitas situações, antes do desenvolvimento dos tumores. Com base no resultado da mutação identificada propõe-se estratégias especificas seja de rastreamento ou até mesmo de tratamento’, ressalta Dra Sara.
Ainda de acordo com ela, todos os pacientes que preenchem critérios para suspeita de predisposição hereditária ao câncer devem ser avaliados. “De forma bem resumida podemos enumerar algumas situações: mulheres com câncer de mama diagnosticadas antes dos 45 anos. Mulheres com câncer triplo negativo com idade igual ou inferior a 60 anos. Todos os casos de câncer de pâncreas ou ovário. Câncer de próstata de comportamento agressivo. Pacientes com mais um tipo de câncer. Dois familiares de primeiro grau acometidos e 3 familiares de uma forma geral”, explica.
E esta forma de tratamento está disponível no Hospital do Coração. “Contamos com profissionais qualificados para o atendimento desses pacientes desde o primeiro atendimento, bem como de toda a avaliação clínica, coleta do teste, acompanhamento do processo e avaliação do resultado”, finaliza Dra Wegner.