Familiares apontaram negligência na atenção de Miguel Lisboa
O caso de idoso que morreu durante atendimento na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Bairro Leblon, em Campo Grande, foi avaliado como fatalidade pelo prefeito Marquinhos Trad (PSD). Miguel Lisboa, de 74 anos, teve uma parada cardíaca na recepção da unidade na madrugada de domingo (3). Socorro foi registrado em vídeo e compartilhado na internet.
"Na minha modesta opinião acredito que tenha sido uma fatalidade. Ele se automedicou e não houve omissão de socorro", destacou Trad, citando dados de familiares de que o idoso tinha fortes dores abdominais há 30 dias e fazia uso de remédios caseiros.
Sobre o socorro prestado na unidade de saúde, o prefeito esclareceu que coube a médica de plantão realizar massagem cardíaca na tentativa de reanimá-lo. "Foi utilizado todos os recursos necessários. Existem as deficiências, mas temos buscado melhorar. Tínhamos cinco clínicos e quatro pediatras, então não é verdade que não tinha médico. Não houve omissão de socorro", completou, sobre a morte do idoso por infarto agudo do miocárdio.
Para o secretário municipal de Saúde, Marcelo Luiz Vilela, a profissional que realizou o atendimento não se identificou como médica por "medo da população agredir". Ele disse ainda que o responsável pelas imagens não era um familiar e lamentou a exposição do paciente "em um momento de fragilidade para dizer que o sistema público está em caos".
Caso – O vídeo que circula nas redes sociais mostra o paciente caído no chão e recebendo massagem cardíaca que, conforme familiares, teria sido realizada por enfermeira ao não ter médicos disponíveis na UPA Leblon. Caso foi registrado, no domingo (3), por volta das 3h.
Um dos netos da vítima, Deivid Lisboa, contou à reportagem que antes do avô ser levado à UPA a família telefonou para o Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência), que informou a presença de dois médicos na escala, pediatra e clínico geral. No entanto, logo após a triagem, o idoso começou a passar mal, caiu próximo à porta e morreu.
Revoltada com a situação, a família decidiu postar o vídeo na internet para mostrar a situação do idoso. Na gravação, a esposa do paciente tenta ajudar o marido, mas é acalmada por uma das filhas em um banco.
Nas imagens aparacem duas servidoras, uma delas de jaleco branco, se revezando na tentativa de reanimação da vítima. De acordo com o neto, uma era recepcionista e outra enfermeira. A Secretaria de Saúde disse apurar as circunstâncias do caso.