Aplicação é questionada até por quem nega corrente majoritária da ciência.

Médica testa nebulização de hidroxicloroquina em Campo Grande; método já matou

A médica Tatiana Lachi, que atua em Mato Grosso do Sul, admite que já utilizou o procedimento de inalação de hidroxicloroquina em pacientes. O uso do medicamento, por vias normais (comprimidos) não tem respaldo da comunidade científica. A ingestão, por inalação, muito menos e já houve mortes nesse processo. 

A revelação de Lachi foi feita ao jornal Folha de São Paulo. Um repórter do site conseguiu acesso a um grupo de WhatsApp que reúne médicos favoráveis aos medicamentos que compõem o chamado ‘’tratamento precoce’’ (hidroxicloroquina, cloroquina, ivermectina e azitromicina).

Nesse grupo, Lachi e mais 255 profissionais de saúde questionam as revistas científicas mais conceituadas do mundo, que já bateram o martelo sobre a não eficácia da cloroquina contra a covid-19. Os médicos também acreditam que questões políticas é que fizeram com que a cloroquina fosse demonizada mundo afora, sobretudo no Brasil. 

Na reportagem, Tatiana detalha como foi a nebulização. 

‘’Fiz, antes de o Conselho Federal de Medicina declarar que era procedimento experimental, com ótimos resultados. A saturação de um dos pacientes subiu de 90% para 95% de um dia para o outro. O paciente sobreviveu à Covid, recuperou-se em poucos dias e sem sequelas. Assim como eu, muitos são os médicos que defendem a vida humana e fazem tudo o que estiver ao nosso alcance para salvar os pacientes’’, garantiu a médica. 

Tatiana se referiu a uma decisão do Conselho Federal de Medicina, entidade presidida pelo médico sul-mato-grossense, Mauro Ribeiro. O CFM defende, até o momento, que médicos brasileiros tenham autonomia para receitar a hidroxicloroquina, mesmo após corrente majoritária da ciência descartar a eficácia do remédio. 

Porém, até o Conselho Federal alertou que o uso da cloroquina por meio de inalação ainda é um método experimental e que  ‘’tratamentos médicos baseados nessa abordagem podem ser realizados somente por meio de protocolos de pesquisa aprovados pelo sistema de Comitês de Ética em Pesquisa e Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CEP/Conep)’’. 

Por conta de sua posição a favor do uso da cloroquina por meios tradicionais, o CFM foi acusado de ser uma entidade negacionista. Sendo assim, a médica ignorou até mesmo a observação da entidade e aplicou o método. 

Mortes

O site G1 noticiou que três pacientes morreram depois de receberam a cloroquina por nebulização, no Rio Grande do Sul. 

Os casos ocorreram no Hospital Nossa Senhora Aparecida, em Camaquã, em março deste ano. A médica responsável pelo procedimento foi denunciada ao Conselho Regional de Medicina do RS.