A Secretaria Especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia nega que tenha solicitado alterações nas regras ambientais.

A título de reduzir o custo de fazer negócios no Brasil, o Ministério da Economia pediu para o Ministério do Meio Ambiente avaliar a possibilidade de afrouxar 14 regras ambientais a partir de “dificuldades listadas pelo setor privado”. O ofício foi enviado em 13 de maio.
Entre os pedidos do empresariado repassados pelo Ministério da Economia, estão:
a concessão automática de licenças caso haja demora na análise dos pedidos de licenciamento ambiental;
a revogação de regras que dificultam o desmatamento da vegetação nativa da Mata Atlântica;
e a redução de exigências para a fabricação de agrotóxicos voltados à exportação, com o objetivo de tornar o Brasil “um polo produtor de agroquímicos”.
Em ofício enviado na última terça-feira (21), a Secretaria Executiva do Ministério do Meio Ambiente pediu que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) analisasse os pedidos do setor privado e encaminhasse "as informações concernentes a esse instituto” até o próximo dia 30.
No documento enviado pelo Ministério da Economia, a pasta afirmou que a política pública para reduzir o chamado Custo Brasil foi “pautada na parceria e no diálogo com o setor privado”.
O objetivo do projeto, segundo a pasta, é “identificar e eliminar dificuldades estruturais, burocráticas, trabalhistas e econômicas” que comprometeriam investimentos e tornariam produtos nacionais mais caros.
As demandas de afrouxamento incluem ainda:
extinguir a lista do Conselho Nacional do Meio Ambiente que define atividades em que se exige o estudo prévio de impacto ambiental (EIA) ou o Relatório de Impacto Ambiental (RIMA);
dispensar licenciamento ambiental para utilização de rejeito e estéril de mineração;
alterar o mapa de biomas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e excluir da delimitação da Amazônia as áreas com características de Cerrado;
cancelar a consulta ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para empreendimentos agrossilvipastoris consolidados – sistemas agroflorestais em que árvores são associadas com cultivos agrícolas e atividade pecuária –, com atividade preexistente a 22 de julho de 2008.
Secretaria contesta
A Secretaria Especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia nega que tenha solicitado alterações nas regras ambientais. De acordo com nota da secretaria (leia a íntegra ao final desta reportagem), as solicitações são encaminhadas "para análise e avaliação dos órgãos competentes, sem nenhum julgamento prévio".