O sonho de Pol Dhuyvetter é tornar as favelas independentes das concessionárias de energia elétrica. Isso explica por que ele está à frente da primeira cooperativa de geração de energia solar do Brasil, localizada no Morro da Babilônia, no Rio de Janeiro.
Batizada Revolusolar, a cooperativa já conta com dois estabelecimentos locais - dois albergues -, que não só usam energia solar como a vendem para a Light durante o dia, quando a produção é maior do que o consumo.
Em breve, Dhuyvetter, que também mora na Babilônia, espera cobrir com painéis o centro comunitário e o posto de saúde locais.
"Os moradores decidirão qual o preço e o que fazer com o lucro obtido pela cooperativa", diz o belga, que chegou à Babilônia depois de tentativas frustradas de alugar um apartamento em Copacabana sem fiador.
Tarifas altas
Dhuyvetter lembra que atualmente a tarifa de energia no Brasil está entre as mais caras do mundo. De acordo com dados da Federação das Indústrias do Estado do Rio, o preço é 46% superior à média internacional.
Segundo o belga, o projeto na Babilônia servirá de piloto para outras comunidades no Brasil.
No mês passado, Dhuyvetter foi convidado a explicar o projeto na Câmara dos Deputados.
"Os representantes do governo ficaram entusiasmados", diz.
A história de Pol Dhuyvetter encerra a série #Olhares, na qual a BBC Brasil trouxe depoimentos de estrangeiros sobre o Brasil durante os Jogos Olímpicos.