O secretário-geral do PT, deputado Geraldo Magela (DF), minimizou as críticas feitas pela senadora e ex-ministra da Cultura, Marta Suplicy, ao partido. "O PT é uma metamorfose ambulante. Nós estamos sempre mudando, sempre melhorando. Se for isso, não tem problema, então, não vai acabar", disse Magela.
Em entrevista publicada pelo "O Estado de S.Paulo" ontem, domingo, dia 11, Marta afirmou ficar estarrecida com os desmandos e que "o PT muda ou acaba".
Para o deputado Jorge Bittar (PT-RJ), as declarações da ex-ministra foram um "desastre total", mas ele ainda acredita que a situação possa ser contornada. "Embora os fatos sejam muito graves pela maneira como foi colocado", a saída dela do partido ainda pode ser evitada.
"De fato as declarações delas foram extremamente contundentes, mas ainda tenho esperança que através do diálogo se consiga contornar. [...] Provavelmente isso expressa mais o desejo dela de ser a candidata em São Paulo do que uma contradição profunda com o partido, que ela nunca expressou dessa forma. Só posso entender dessa maneira", disse Bittar.
Os parlamentares participam neste momento da cerimônia de transmissão de cargo para o novo ministro da Cultura, Juca Ferreira, em Brasília.
No evento, o novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, defendeu Juca e não quis falar sobre os comentários de Marta, que já criticou seu sucessor na pasta. "Vou falar do ministro Juca. Um excelente ministro, um excelente trabalho. Uma confiança enorme num mandato inovador aberto, valorizando a cultura brasileira. [...] Nós teremos na Secretaria-Geral da Presidência uma relação muito próxima, muita estreita de trabalho com o ministro da Cultura", afirmou Rossetto.
Os ministros Aldo Rebello (PCdoB), da Ciência e Tecnologia, e Arthur Chioro (PT), da Saúde, também elogiaram a escolha de Juca e não quiseram comentar sobre Marta. "Não é meu papel comentar", disse Chioro.
O deputado Alessandro Molon (PT-RJ) defendeu que os petistas se abstenham de dar opiniões pessoais sobre o caso e que qualquer resposta seja discutida no âmbito do diretório nacional do partido.
No PT, a avaliação geral é de que Marta busca uma desculpa para sair do partido sem perder o mandato e que está ressentida por considerar que não deve ser a candidata do PT à Prefeitura de São Paulo.