A captura de uma onça-pintada na região do Pantanal, três dias após o ataque que resultou na morte do caseiro Jorge Ávalo, de 60 anos, reacendeu o alerta das autoridades ambientais sobre os riscos de retaliações ilegais contra esses animais. O macho capturado em Aquidauana já passa por exames no CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) de Campo Grande.

Em meio aos cuidados da onça que teria matado o caseiro, a PMA (Polícia Militar Ambiental) e demais órgãos envolvidos na operação reforçam que o ataque foi um caso raro e atípico, associado à perda do medo natural do animal em relação aos humanos e faz alerta sobre o abate ilegal das onças-pintadas.

A alimentação oferecida para a onça, que é conhecida como ceva, é um ponto de atenção no caso. “A ceva é uma ação proibida na legislação estadual e federal”, afirmou o tenente Alexandre Saraiva Gonçalves, comandante do pelotão de Porto Murtinho da PMA.

 
Por conta do incidente, há relatos de grupos que eventualmente estariam se organizando no entorno da predação da onça-pintada e isso causa alerta nas autoridades.

"A gente tem que evitar que oportunistas, caçadores, gente que quer se aproveitar desse fato para atuar na caça. Então o Estado está redobrando a atenção. Esse é um crime ambiental gravíssimo, a caça de animais silvestres. E a gente vai tratar com o rigor da lei qualquer coisa nesse sentido, porque a gente tem absoluta convicção que não são produtores rurais, não são cidadãos de bem que estão se organizando no entorno dessas ações",  afirmou o secretário-executivo da Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Artur Falcette.

As autoridades pedem à população que denuncie qualquer tentativa de caça ilegal e reafirmam o compromisso com a conservação da espécie, símbolo do Pantanal e essencial para o equilíbrio do ecossistema.