Polícia Civil instaurou inquérito policial para apurar os crimes de peculato, de lavagem de capitais, de falsidade ideológica e de integrar organização criminosa, pelo fato de, durante a gestão municipal anterior (2017-2020), ter ocorrido uma licitação para compras de fraldas, que nunca foram entregues.
Na manhã da terça-feira (15), foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão e um mandado de sequestro de uma fazenda no município de Bodoquena/MS.
A Polícia Civil de Maracaju instaurou inquérito policial para apurar os crimes de peculato, de lavagem de capitais, de falsidade ideológica e de integrar organização criminosa, pelo fato de, durante a gestão municipal anterior (2017-2020), ter ocorrido uma licitação para compras de fraldas, que nunca foram entregues.
Durante a investigação, chegou ao conhecimento da autoridade policial que o suspeito E. A. F., também investigado e preso pelo DRACCO na Operação Dark Money, estava em processo de aquisição de uma fazenda, no valor de R$3.100.000,00 (três milhões e cem mil reais), localizada no município de Bodoquena/MS. Havia indícios, ainda, da existência de um contrato de gaveta, referente à compra e venda do imóvel rural mencionado.
Por haver fundadas suspeitas de que a compra da fazenda estava sendo feita com dinheiro obtido ilicitamente, tanto com a compra de fraldas que nunca foram entregues, quanto com valores oriundos de uma conta que movimentou desvios de mais de R$23.000.000,00 (vinte e três milhões de reais) do erário municipal de Maracaju/MS, foi representado pelo sequestro e indisponibilidade da fazenda e por buscas e apreensões na fazenda e na residência do vendedor do imóvel, com o objetivo de apreender o contrato de gaveta.
Com o deferimento judicial das medidas, equipes policiais diligenciaram e localizaram o contrato de gaveta em questão, constatando, ainda, que E. A. F. já havia pago R$1.700.000,00 (um milhão e setecentos mil reais) pela fazenda. Além disso, foi verificado que o investigado E. A. F. já havia até mesmo arrendado o imóvel para terceiros.
A operação foi coordenada pela Delegacia de Polícia de Maracaju, com o apoio das Delegacias de Polícia de Miranda e de Bodoquena.
De acordo com o Delegado Guilherme Sarian, responsável pela investigação, “a expressão ‘Fraldas Fantasmas’ é uma alusão ao famigerado termo ‘Servidor Fantasma’, que é contratado por um órgão público e nunca aparece para trabalhar. No caso, as fraldas foram objeto de licitação na Prefeitura de Maracaju, sendo devidamente pago o valor de R$100.050,00 (cem mil e cinquenta reais) à pessoa jurídica vencedora do certame, porém as fraldas nunca apareceram no órgão municipal”.
Diligências continuam a ser efetuadas para a completa elucidação do caso.