O delegado da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), Paulo Sérgio Lauretto, afirmou que mais dois suspeitos do caso de exploração sexual envolvendo políticos foram indiciados nesta sexta-feira (24). O vereador Alceu Bueno (PSL) e Fabiano Viana Otero, que está foragido, foram os dois últimos indiciados.
O advogado do vereador, Fábio Theodoro Faria, reafirmou que o cliente não tem envolvimento com o suposto esquema de exploração sexual. “Ele nega qualquer envolvimento em aliciamento, prostituição de menores, que não faz parte de rede de exploração sexual”, disse. Segundo a defesa, Bueno deve prestar depoimento na próxima semana.
Amilton Ferreira de Almeida, advogado de Fabiano, informou que se reuniu na manhã desta sexta-feira com o delegado e a promotoria para formalizar o pedido de delação premiada. Almeida ainda disse que seu cliente vai se apresentar, mas não tem data definida. Fabiano já teve a prisão preventiva decretada.
Segundo a polícia, a delação premiada depende do Fabiano entregar o nome e provas de uma terceira adolescente envolvida.
As cópias das gravações foram entregues ao Ministério Público do Estado (MPE). O relatório final do inquérito será entregue para que a promotoria decida se irá apresentar a denúncia à Justiça.
Esquema
Os vídeos eram feitos pelas adolescentes que orientadas por Fabiano utilizavam uma câmera escondida em chaveiro. As gravações eram usadas para extorsão. A polícia apreendeu na casa de Fabiano CDs com gravações e os chaveiros.
Os vídeos foram encaminhados, na quarta-feira (22), para o instituto de criminalística para perícia e deve ficar pronto até o fim da próxima semana. Mas o delegado confirmou a aparição de Sérgio Assis e Bueno.
Alceu foi uma das vítimas de extorsão. Num primeiro momento, o vereador pagou R$ 100 mil. E na segunda vez, os suspeitos pediram R$ 27 mil, mas ele arrumou R$ 15 mil. A entrega do dinheiro foi usada pela polícia para prender parte dos investigados.