A Polícia Civil apreendeu 10 pistolas e 5 revólveres na casa de mulher de 62 anos na noite desta terça-feira (4) em Dourados, a 251 km de Campo Grande. Segundo os investigadores, o “paiol” de armas era controlado pelo PCC (Primeiro Comando da Capital). O armamento foi avaliado em pelo menos R$ 200 mil.

O arsenal seria usado na guerra travada pela facção com grupos criminosos opositores na segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul e também destinado a faccionados recolhidos na PED (Penitenciária Estadual de Dourados).

As armas estavam na casa de Geneia Vitor de Araújo, localizada na Rua Rouxinol, no BNH 4º Plano, bairro da região sul de Dourados localizado em ponto estratégico, ao lado da BR-463, principal acesso ao Paraguai.

Wesley, preso na casa onde estavam as armas (Foto: Adilson Domingos)
Na casa, policiais do SIG (Setor de Investigações Gerais) prenderam Jovem Wesley Lima Santos, 20, morador no residencial Dioclécio Artuzi – outro reduto controlado pela facção paulista.

Ele tem antecedentes por tráfico, associação criminosa e corrupção de menores e aguardava julgamento em liberdade depois de passar seis meses na prisão.

Segundo o delegado Erasmo Cubas, chefe do SIG, Wesley estava na casa para fazer a segurança do arsenal. Geneia de Araújo tem um filho que está recolhido no raio 2 da PED, pavilhão onde ficam os presos ligados ao PCC.

Os policiais monitoravam a casa de Geneia de Araújo há pelo menos um ano. “Nos últimos dias recebemos informações que após as eleições eles receberiam carregamento grande de armas de fogo para fortalecer o grupo criminoso e algumas armas menores seriam destinadas ao presídio. Iam iniciar guerra com grupo criminoso rival na cidade”, afirmou Cubas.

Segundo ele, as armas vieram do Paraguai. São pistolas calibres 40, 45, 380 e 9 milímetros, de fabricação brasileira, chinesa e turca, e revólveres calibres 38 e 357 das marcas Taurus, Colt, Cobra e Ruger.

Na tarde de ontem, os investigadores que monitoravam a casa perceberam que a moradora recebeu uma entrega. Em seguida, começou “movimento estranho” na residência. “Pessoas chegando e saindo sem levar nada, como se tivessem ido conferir alguma coisa”.

Quando os policiais chegaram ao local para fazer abordagem, um homem que estava na rua saiu correndo. A moradora, ao ver os investigadores na frente da casa e possivelmente sem imaginar que fossem policiais, ela perguntou se eles tinham ido ao local para pegar o “material”.

Os policiais responderam que sim e foram levados por ela para dentro da residência. De baixo da cama, ela puxou a bolsa onde estavam as armas e disse: “eu já conferi, são 15 mesmo”.

Enquanto os policiais estavam na casa, Wesley chegou ao local e também perguntou se eles estavam ali para levar as armas. “Chegaram rápido”, disse ele. No momento em que os policiais se identificaram, Wesley ainda tentou destruir o celular.