O risco de déficit de energia nas regiões Sudeste e Centro-Oeste subiu de 4,9% em janeiro para 7,3% este mês. No Nordeste, o índice manteve-se estável, em 1,2%.
Os dados foram divulgados ontem (4) pelo CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico), grupo técnico do governo que estuda o setor.
O CMSE também divulgou um percentual de risco de déficit considerando um cenário com despacho pleno de usinas térmicas.
Nesse caso, o risco de faltar energia foi estimado em 6,1% para as regiões Sudeste e Centro-Oeste e de zero para o Nordeste.
Nos dois casos, o índice supera a margem de 5% de risco, considerada tolerável pelo Conselho Nacional de Política Energética.
De acordo com o comitê, o Sistema Interligado Nacional tem condições estruturais para o abastecimento de energia no país, embora as principais bacias hidrográficas onde estão os reservatórios das regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste tenham enfrentado uma situação climática desfavorável no período úmido do ano anterior.
O informativo apresentado pelo CMSE diz ainda que no mês de janeiro choveu abaixo da média histórica na maior parte do país, incluindo a totalidade das regiões Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste, a maior parte da Região Norte e a maior parte do estado do Paraná.
As afluências verificadas em janeiro foram de 38% da média histórica nas regiões Sudeste e Centro-Oeste e de 26% no Nordeste.
“Mesmo com o sistema em equilíbrio estrutural, ações conjunturais específicas podem ser necessárias, em função da distribuição espacial dos volumes armazenados”, diz a nota divulgada pelo comitê.
O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) deverá adotar as medidas adicionais com o objetivo de preservar os estoques nos principais reservatórios.
O grupo também ressalta que o período de chuvas deste ano ainda não está consolidado. “Com isso, a avaliação conjuntural do desempenho do sistema e de riscos de déficit associados deve ser feita de forma cuidadosa”, diz o CMSE, reforçando a necessidade de um monitoramento permanente.
O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico foi criado em 2004 com a função de acompanhar a continuidade e a segurança do suprimento de energia no país. Participam do grupo representantes de órgãos como o Ministério de Minas e Energia, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), o Operador Nacional do Sistema Elétrico, a EPE (Empresa de Pesquisa Energética), a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) e a CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica).