A justiça ucraniana iniciou mais de 12 mil investigações por crimes de guerra desde o início da invasão russa.
A Rússia foi acusada nesta segunda-feira, 13, pela Anistia Internacional, de crimes de guerra cometidos na Ucrânia na invasão que já dura quatro meses. Após uma investigação, a ONG de defesa dos direitos humanos afirma ter encontrado evidências de que em sete ataques realizados na cidade de Kharkiv as forças russas usaram bombas de fragmentação do tipo N210 e 9N235 e minas de fragmentação, duas categorias proibidas por tratados internacionais. “A reiterada utilização de armas proibidas é chocante e mostra um verdadeiro desrespeito pela vida dos civis”, diz Donatella Rovera, pesquisadora de situações de crise e conflito na sede da Anistia.
“As pessoas morreram em suas casas, nas ruas, em parques e em cemitérios, quando faziam fila para obter ajuda humanitária ou para comprar alimentos ou remédios”, diz Rovera. O relatório, intitulado “Todo mundo pode morrer a qualquer momento”, mostra como os russos mataram e causaram imensos danos ao bombardear bairros residenciais na segunda maior cidade da Ucrânia. A Rússia, não assinou a convenção sobre munições de fragmentação e nem a de minas antipessoais, entretanto, o direito internacional humanitário proíbe ataques e o uso de armas que atacam indiscriminadamente e constituem um crime de guerra, destaca o relatório.
A justiça ucraniana iniciou mais de 12 mil investigações por crimes de guerra desde o início da invasão russa, de acordo com a procuradoria. Dois dos soldados já foram julgados e estão cumprindo pena no Leste Europeu. A Anistia Internacional investiga 41 bombardeios que deixaram um total de ao menos 62 mortos e 196 feridos. Foram entrevistadas 160 pessoas em Kharkiv em abril e maio, incluindo sobreviventes de ataques, parentes de vítimas e testemunhas.