Enquanto Lituânia, Nigéria, Espanha e Argentina, quatro dos cinco adversários do Brasil no grupo B da primeira fase da Olimpíada, têm encarado só pedreira em seus amistosos preparatórios que antecedem os jogos do Rio de Janeiro, a seleção brasileira masculina de basquete terá pela frente neste sábado, às 14h30, no ginásio da Hebraica, em São Paulo, uma seleção que sequer figura entre as 100 primeiras do ranking da Fiba.
Para piorar, o técnico Rubén Magnano não poderá contar com Anderson Varejão no primeiro amistoso oficial da seleção brasileira. Com dores nas costas, o pivô do Golden State Warriors não treina há cinco dias e também já está vetado da segunda partida contra os romenos, na próxima segunda-feira, no mesmo horário e local.
Se na teoria a seleção da Romênia é uma incógnita para a comissão técnica e os jogadores brasileiros, na prática, a primeira impressão deixou o campeão olímpico em Atenas com a seleção argentina mais animado.
- Quando a seleção da Romênia chegou e pude ver o físico de seus jogadores fiquei muito mais contente. Não que não tivéssemos informações sobre eles, mas queríamos vê-los pessoalmente e acho que será um jogo muito interessante. É uma equipe Fiba, que tem um europeu em casa no próximo ano, vai ser um teste importante. Não apenas pelo resultado, mas para sabermos o que está acontecendo com nossa equipe - afirmou.
Apesar da boa preparação que já dura cerca de um mês, Rubén Magnano mantém os pés no chão e acredita que ainda é muito cedo para afirmar que a seleção brasileira está pronta para os Jogos Olímpicos do Rio.
- A verdade é que só vamos saber como a equipe está a partir de amanhã (sábado). Eu nunca falo que minha equipe está pronta numa preparação, acho que isso nós só conseguimos durante a competição. A adrenalina é outra, as circunstâncias são outras, e para todos nós desta vez será inédita, por jogarmos uma Olimpíada em casa. Mas precisamos jogar para ver como as coisas saem e para continuarmos analisando o trabalho - destacou.
Uma das novidades da seleção em relação aos grupos que estiveram nos Jogos de Londres, em 2012, e no Mundial da Espanha, dois anos depois, Benite concorda com o chefe e afirma que o Brasil precisa entrar em quadra para acabar com a ansiedade e ganhar ritmo de jogo.
- Vamos disputar partidas contra jogadores que vão trazer um nível de competitividade bacana, é um momento interessante para o time colocar em prática essa sensação de jogar com a torcida e uniforme. Nós treinamos muito, mas ainda faltam alguns detalhes e aquela falta de comunicação que só nos jogos podem ser corrigidos. É o momento de realmente nos divertirmos e aproveitarmos tudo que temos treinado. Acho que essa partida contra a Romênia vai ser uma boa oportunidade - disse o ala brasileiro, que espera que a pressão de jogar em casa seja encarada de maneira positiva.
- Temos que ter em mente que é um privilégio para qualquer atleta jogar uma Olimpíada em casa, são poucos que têm essa oportunidade. Temos que trabalhar muito, criar uma base de confiança que vem dos treinamentos para chegarmos na hora focados. Lógico que a pressão vai vir, lógico que vamos estar nervosos, faz parte do jogo, somos seres humanos. Mas se você se preparou, fecha o olho, dá uma respirada e fala: "eu estou pronto para isso, vou fazer aquilo que treinei". Nada além disso e sempre acreditando. Acho que o Brasil jogando ao lado do seu público tem que impor um estilo de jogo de muita vontade e de muita raça para trazer a torcida para nosso lado e tornar essa pressão uma coisa positiva. O brasileiro sabe fazer uma festa, sabe torcer e vai depender muito de como nós vamos colocar em prática tudo que treinados para trazermos todo mundo junto.