Uma ampla campanha publicitária que será desencadeada a partir de amanhã (26) irá marcar em definitivo a substituição das operações da extinta Enersul pela Energisa, gigante do setor energético brasileiro que no ano passado adquiriu a concessionária sul-mato-grossense. Em entrevista coletiva na manhã de quarta (25), Marcelo Silveira da Rocha, diretor-presidente da Energisa, discorreu sobre os planos da concessionária no Estado.

“Em Mato Grosso do Sul, nosso programa de investimentos em 2014 foi da ordem de R$200 milhões. De 2014 a 2017 o investimento total previsto para a nossa região será de R$ 763 milhões, nos segmentos de transmissão, subestações e redes de distribuição de energia elétrica”, ressalta Marcelo. Deste montante, 50% serão destinados a melhorias e construções de novas subestações; 15% em ações de combate a perdas e 20% em blindagem de redes – projeto que oferece mais confiabilidade no fornecimento de energia, já que minimiza a necessidade de podas de árvores e reduz as interrupções ocasionadas por objetos ou animais na fiação.

Paralelamente, a empresa pretende reduzir o número de reclamações dos clientes a partir do estreitamento do relacionamento com os consumidores. De acordo com Marcelo Silveira, parte significativa dos casos que chegam aos órgãos de defesa do consumidor diz respeito ao corte no fornecimento de energia, seja por conta da detecção de fraudes ou ainda por inadimplência.

“Com relação aos chamados “gatos”, vamos insistir nas campanhas de conscientização, pois as ligações clandestinas são tipificadas como crime pela legislação e causam prejuízos não apenas à concessionária, mas também aos clientes e ao governo do Estado, que deixa de arrecadar o ICMS”, disse ele, ao destacar que a empresa vai envidar todos os esforços para evitar esse tipo de comportamento.

Negociação com os clientes - Já com relação à inadimplência, ele disse que a Energisa vai demonstrar aos consumidores que a empresa possui todas as condições de negociar os valores dos débitos em atraso, inclusive disponibilizando opções de parcelamento. Com esse tipo de atitude, argumenta Marcelo Silveira, a empresa acredita que o número de reclamações por parte dos consumidores será reduzido.

“Vamos orientar os consumidores no sentido de procurarem a empresa antes de registrarem as reclamações nos órgãos competentes”, enfatizou. Ele anunciou também que a Energisa irá realizar campanhas constantes de uso racional da energia.

“A regra geral agora é economizar. A crise hídrica e o aumento dos custos a partir da geração de energia por meio das termoelétricas, cujo dispêndio financeiro é bem mais elevado do que a produção via hidrelétricas, são situações reais e de conhecimento de todos”, disse Marcelo Silveira.

Mais investimentos – Dentre os projetos bem sucedidos e de ponta que serão desenvolvidos em Mato Grosso do Sul, destaca-se o Self-Healing – sistema de automatização das manobras de rede. Por meio desta inovação, quando ocorre um problema na rede, o defeito é automaticamente isolado por meio de religadores, sem intervenção humana, reduzindo o número de clientes afetados e agilizando o atendimento das ocorrências. Campo Grande é uma das poucas cidades brasileiras com quase 100% do sistema instalado. Essa tecnologia também já começou a ser implantada no interior do Estado.

Em 2014, a empresa duplicou a capacidade da subestação localizada no bairro Universitário, em Campo Grande, que teve sua capacidade ampliada de 45MVA para 90MVA. Hoje, a subestação atende cerca de 45 mil clientes e está preparada para a expansão e desenvolvimento da região onde se localiza.

Para atender situações de emergência, reduzindo o tempo de desligamentos e viabilizar as manutenções preventivas, a Energisa investiu R$ 3,7 milhões em um novo transformador móvel de 40 MVA com tensões 138 KV/69KV na alta e 34,5/13,8KV na baixa tensão. Além do transformador móvel, mais duas subestações móveis, uma de 33 MVA em 138KV e uma de 7,5 MVA em 34,5KV, também são utilizadas em emergências ou obras do sistema elétrico.

O Grupo Energisa

A Energisa completa, em 26 de fevereiro, 110 anos como um dos maiores grupos privados do setor elétrico no Brasil, com atuação em 788 municípios em todas as regiões do país. São 13 distribuidoras de energia elétrica, que atendem a mais de 6,2 milhões de clientes – o que representa uma população de cerca de 16 milhões de pessoas.

A companhia, fundada em 1905, cresceu por meio de fusões e aquisições a partir de 1910, ano em que teve início o processo de consolidação de diferentes companhias elétricas municipais limítrofes na Zona da Mata Mineira.

Desde então, a história da Energisa é marcada pelo pioneirismo: foi umas das primeiras empresas a abrir capital na Bolsa de Valores no Brasil a conceder participação nos lucros entre seus funcionários. A companhia também foi uma das precursoras na retomada do desenvolvimento de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) modernas no Brasil, quando esta atividade estava ainda fechada à iniciativa privada, em 1972: iniciou os estudos da PCH Glória, no Rio Glória (MG), neste período, e concluiu a usina 11 anos depois.

A recente expansão projetou a Energisa como sexto maior grupo em distribuição de energia elétrica no país em número de clientes e o sétimo em receita líquida (cerca de R$ 10 bilhões), sendo responsável pela geração de mais de 10 mil empregos diretos. A empresa passou a atender a uma área de concessão de 1.630 mil Km² (cerca de 20% do território nacional) e a distribuir 6,1% do consumo nacional de energia elétrica.