Um evento foi realizado para lançar 16 novas variedades de cana-de-açúcar desenvolvidas por sete das 10 universidades federais que compõem a Ridesa (Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético), dentre elas a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), responsável por quatro dessas novas variedades RB, sigla das cultivares da Rede que, atualmente, representam 68% da área cultivada com cana no Brasil. O encontro ocorreu no dia 25 de novembro.
Participaram da cerimônia, realizada em Ribeirão Preto, o Reitor da UFSCar, Targino de Araújo Filho; o Secretário de Inclusão Social do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Edward Brasil, que presidiu a Ridesa quando era Reitor da Universidade Federal de Goiás; o Coordenador Nacional da Rede, Edelclainton Daros, da Universidade Federal do Paraná; o Coordenador do Programa de Melhoramento Genético de Cana-de-Açúcar da UFSCar (PMGCA), Hermann Hoffmann, docente do Centro de Ciências Agrárias; e a Diretora Executiva da Fundação de Apoio Institucional da UFSCar (FAI), Lourdes de Souza Moraes, além de entidades e representantes dos produtores e usineiros.
O Brasil, que é líder mundial na produção de cana-de-açúcar e seus derivados – açúcar e etanol –, tem obtido aumentos significativos na produção por hectare por meio de plantas melhoradas geneticamente.
Com a tecnologia, as plantas ganham novas características para se adequarem a diferentes tipos de clima e solo, ao plantio e colheita mecanizados, dentre outros fatores. "A inovação tecnológica tem na Ridesa e nas variedades RB um modelo de sucesso.
Depois de vários desafios superados ao longo de seus 25 anos de história, a Rede se consolida como importante instrumento de parceria entre a academia e o setor privado", salientou o Reitor da UFSCar durante o lançamento.
As quatro variedades lançadas pela UFSCar atendem novas demandas do setor sucroalcooleiro. O Coordenador do PMGCA explica que a variedade RB 975952 é uma planta precoce, cuja colheita ocorre no início da safra; a RB 985476 tem muita produtividade para o meio da safra; a RB 975242 foi desenvolvida para ambientes restritivos, com baixa fertilidade do solo, e é considerada tardia, ou seja, a colheita é propícia para o final da safra; e a variedade RB 975201 também é uma planta tardia, mas para ambientes férteis.
O encontro da Ridesa também marcou as comemorações dos 25 anos da Rede e dos 45 anos das variedades RB.
Nesse contexto, também foi resgatada a história do Programa Nacional do Álcool, o Proálcool, criado em 1975 como alternativa à crise do petróleo de 1973.
De lá para cá, foram muitos os avanços tecnológicos associados à criação da Ridesa, em 1991, quando as variedades RB respondiam por apenas 9% da área de cultivo de cana no País.
Além disso, enquanto em 1970 eram produzidas 50 toneladas de cana por hectare, em 2015 a produção média é de 70,5 toneladas por hectare, sendo que a produção total passou de 57 milhões para 635 milhões de toneladas no período.
Durante o evento, foi prestada homenagem aos técnicos, pesquisadores e gestores que ajudaram a construir a Ridesa e as variedades, dentre eles o ex-Reitor da UFSCar, Oswaldo Baptista Duarte Filho, que presidiu a Rede durante a sua gestão à frente da Universidade.