Na linha de fronteira com a Bolívia, a agência é a responsável por fiscalizar a entrada de produtos de origem animal e vegetal no Brasil, em atuação conjunta à Vigiagro (Vigilância Agropecuária Internacional).
Dois dias na estrada e mais de 1,2 mil quilômetros percorridos entre asfalto, terra e areia, além de uma travessia de balsa no rio Paraguai, grosseiramente resumem a logística da equipe de jornalismo para acompanhar uma pequena amostra do trabalho de defesa sanitária realizado pelo Governo de Mato Grosso do Sul na região pantaneira. O foco das ações é evitar a entrada da influenza aviária no Estado e no Brasil.
Além das tradicionais barreiras sanitárias e fiscalizações volantes, visitas a assentamentos, fazendas e até monitoramento de aves que migram dos Estados Unidos e Canadá para o hemisfério sul, tendo o Pantanal como local de invernada, são uma constante da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) que foi acompanhada de perto.
Na linha de fronteira com a Bolívia, a agência é a responsável por fiscalizar a entrada de produtos de origem animal e vegetal no Brasil, em atuação conjunta à Vigiagro (Vigilância Agropecuária Internacional). A Iagro reforçou esse trabalho instalando um arco de desinfecção onde os veículos de passeio e de carga vindos do país vizinho passam, visando evitar que a gripe aviária chegue ao território brasileiro.
“Há quem ache exagero e quem diga que não resolve nada. Mas se está sendo feito, e percebemos que existe uma preocupação real em se evitar que essa doença chegue ao país, é porque são as medidas que precisam ser tomadas. É para o bem de todos, envolve economia e a saúde das pessoas”, comenta a corumbaense Neusa Munhoz, que atravessava a ponte para o lado brasileiro após uma rápida visita à Bolívia.
O alerta para a influenza aviária cresceu recentemente em Mato Grosso do Sul após um caso ser detectado em uma granja boliviana, localizada em Cochabamba, na região dos Andes. Mesmo estando há mais de 1 mil quilômetros do Brasil, a situação exige atenção.
“Parece uma distância muito grande, mas temos que lembrar que as aves silvestres, que carregam esse vírus, percorrem anualmente distâncias muito maiores, migrando de hemisfério. Por isso, reforçamos nossa vigilância”, destaca o diretor-adjunto da Iagro, Cristiano Moreira de Oliveira, em palestra para produtores rurais de Corumbá.
O evento foi o fechamento de uma série de ações realizadas na região para fomentar a educação sanitária na população que lida diariamente com produtores de origem animal. Além da influenza aviária, foram repassadas orientações sobre a aftosa, doença na qual Mato Grosso do Sul também está livre, e agora sem a necessidade de vacinação.
“Essa interação da Iagro com os produtores é fundamental. É preciso disso para conseguir vender ao mercado externo e também ao interno. A sanidade tem que ser fiscalizada e bem feita. O produtor se compromete a fazer isso e precisa de um órgão que dê esse amparo. Não adianta fazer tudo direito e não ter um órgão oficial que chancele isso”, comenta o presidente do Sindicato Rural de Corumbá, Gilson Araújo de Barros.
O líder ruralista também destaca que a interação entre os órgãos oficiais e os produtores é importante, pois “um não vive sem o outro”. “As informações que chegam até a gente ajudam bastante, sem dúvida. O papel do produtor é produzir, e para isso é preciso conhecer bem qualquer situação que possa ocorrer. A Iagro fornece esse conhecimento”.