A violência obstétrica será tema de audiência pública da Comissão Permanente Mista de Combate à Violência contra a Mulher (CMCVM).
A violência obstétrica será tema de audiência pública da Comissão Permanente Mista de Combate à Violência contra a Mulher (CMCVM).
Em reunião marcada para esta quarta-feira (20) às 14h30, especialistas ligados à saúde e aos direitos das mulheres debaterão o tema, relacionado ao que é considerado a apropriação do corpo e dos processos reprodutivos das mulheres pelos profissionais de saúde.
De acordo com a deputada Luizianne Lins (PT-CE), que pediu a audiência, esse tipo de violência pode ocorrer com a negação de atendimento, com o atendimento de forma não humanizada, com o abuso de medicações, com o impedimento da escolha da forma e local de realização do parto e com a proibição de acompanhante, por exemplo.
Todas essas atitudes, explicou a parlamentar, podem gerar diferentes reações na mulher, algumas delas semelhantes às relacionadas ao estupro, como rejeição ao corpo e temor de relações sexuais e de nova gravidez.
Para ela, o parto é um momento de extrema relevância para a mulher e, por isso, ela deve ter assistência qualificada desde o período pré-natal com uma equipe que garanta seus direitos, respeite sua autonomia e individualidade e a ajude a tornar essa jornada mais humana, eliminando a dor e o sacrifício que muitas vezes são considerados naturais do processo.
Foram convidadas para o debate a doutora em Saúde Pública Sílvia Badim Marques, a médica ginecologista Renata Reis e a integrante do Fórum de Mulheres do DF e Entorno Hellen Cristhyan, representante da Casa Frida, que acolhe mulheres vítimas de violência.
Também devem participar representantes do Ministério da Saúde, do Conselho Federal de Medicina, da Rede pela Humanização do Parto e Nascimento, da Associação Artemis e da Associação das Doulas do Distrito Federal.