O número de pessoas que considera a saúde pública ruim ou péssima subiu de 61%, em 2011, para 75% neste ano.
A avaliação dos brasileiros sobre os serviços públicos de saúde piorou nos últimos sete anos. O número de pessoas que considera a saúde pública ruim ou péssima subiu de 61%, em 2011, para 75% neste ano.
A informação é da pesquisa Retratos da Sociedade Brasileira – Saúde Pública, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) na segunda-feira (25).
"A melhoria dos serviços de saúde é importante para aumentar a qualidade de vida da população e a produtividade no trabalho", afirma o gerente-executivo de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca.
Por isso, a saúde pública é um dos temas prioritários do Mapa Estratégico da Indústria 2018-2022.
Para os brasileiros, as dificuldades e a demora no atendimento, com 37% das citações, é o principal problema do sistema de saúde pública. Em seguida, com 15% das menções, vem a falta de equipamentos.
Em terceiro lugar, com 9% das respostas, a população cita a falta de médicos e, em quarto lugar, com 9% das menções, a má administração ou a corrupção.
A pesquisa mostra ainda que 64% da população usa principalmente ou somente os serviços públicos de saúde.
Apenas 17% utilizam somente ou principalmente o serviço privado. Uma queixa comum dos usuários de serviços públicos e privados é a dificuldade de marcar horários para consultas e exames médicos.
Entre as pessoas que utilizam principalmente ou somente o serviço público, 82% dizem que já deixaram de procurar um médico ou fazer um exame pela dificuldades de marcar o serviço. Entre os que usam principalmente ou somente o serviço privado, o número é de 71%.
Além disso, a população deixa de cuidar da saúde por causa dos altos custos. Conforme a pesquisa, 73% dos brasileiros afirmam que já deixaram de procurar um médico, de fazer um exame ou de tomar medicamentos prescritos devido ao preço.
HOSPITAIS
O número de pessoas que usou alguns serviço em hospital público nos últimos 12 meses subiu de 51% em 2011 para 65% neste ano.
Os jovens são os que mais usam os hospitais públicos. Entre as pessoas que têm de 16 a 24 anos de idade, 72% usaram esse serviço nos últimos 12 meses. Entre os que têm 55 anos ou mais de idade, o número cai para 57%.
"Isso pode estar relacionado ao fato de os mais jovens procurarem mais os serviços de saúde para cuidados com ferimentos, dor ou doença, cujo atendimento mais frequentemente ocorre em hospitais.
A população mais idosa, por sua vez, busca mais exames clínicos e tratamento regular de algum problema de saúde que podem ser disponibilizados em clínicas, postos de saúde e ambulatórios", analisa a CNI.
No entanto, a avaliação dos serviços dos hospitais piorou nos últimos sete anos. Na escala de zero a dez, a nota média dada a todos os pontos da estrutura dos hospitais caiu de 5,7 em 2011 para 4,6 em 2018.
A pior nota, de 3,2, foi conferida aos tempo de espera para atendimento ou internação. A melhor nota, de 5,6, foi atribuída às condições de limpeza e manutenção.
Também piorou a nota dada pela população aos recursos humanos dos hospitais públicos. A média caiu de 6,3 em 2011 para 5,5 neste ano.
Entre os itens melhores avaliados estão a competência e o conhecimento dos médicos, que recebeu nota 6,3 em 2018. A pior nota, de 4,3, foi conferida à quantidade de médicos.
COMO MELHORAR OS SERVIÇOS
A pesquisa mostra ainda quais são as ações necessárias para melhorar a saúde pública. A principal medida, com 59% das respostas, é equipar hospitais e postos de saúde.
Em seguida, com 52% das menções, a população sugere aumentar o número de médicos. "As soluções mais citadas pelos brasileiros são coerentes com os problemas mais citados, que são relacionados à dificuldade de atendimento", avalia a CNI.
Outro ponto importante é a capacitação em gestão dos diretores de hospitais. Quase a totalidade da população (91%) concorda totalmente ou em parte que os diretores de hospitais devem ter formação específica em administração ou gestão.
PREVENÇÃO
Mas a população acredita que os investimentos em ações de prevenção às doenças são mais importantes do que a construção de hospitais.
Entre os entrevistados, 75% concordam total ou parcialmente que políticas preventivas, como vacinação, orientação e controle de doenças crônicas são mais importantes para melhorar a saúde da população do que a construção de hospitais.
Além disso, 75% dos brasileiros concordam total ou parcialmente que é melhor o paciente ser sempre atendido pelo clínico geral ou o médico do programa de saúde da família antes de um especialista.
De acordo com o levantamento, entre os programas públicos de saúde, a vacinação e a Farmácia Popular são os mais conhecidos e os mais usados pela população.
Entre os entrevistados 78% utilizaram a vacinação pelo menos uma vez na vida, e 62% citaram a Farmácia Popular.
Em seguida, foram citadas as Unidades de Pronto Atendimento (53%), o programa de combate à dengue/zica/chicungunha (49%) e o Programa Nacional de Triagem Neonatal, o teste do pezinho (46%).
Os programas com as melhores avaliações são as campanhas de vacinação, cuja nota foi de 8,1, em uma escala de um a dez, e o teste do pezinho, com nota média de 7,8.
Em seguida, com 7,3, vem o combate à febre amarela. O pior avaliado é o programa de saúde bucal Brasil Sorridente, que obteve nota média de 5,7.
A pesquisa ouviu 2 mil pessoas me 126 municípios entre os dias 2 e 25 de março deste ano.
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