Ações com ênfase na população jovem e acesso a tratamentos e profissionais de saúde são fundamentais para controle e redução do problema.
O dia 20 de fevereiro no Brasil é a data Nacional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo com ações de conscientização, prevenção e alerta para o problema das drogas lícitas e ilícitas que tem afetado a vida de milhões de pessoas e suas famílias. No Brasil, de acordo com dados do Sistema de informações sobre Mortalidade (SIM), em 2020, mais de 11 mil mortes foram relacionadas a transtornos mentais e comportamentais em decorrência do uso de álcool e outras drogas. Em todo o mundo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 5% da população, com idade entre 15 e 64 anos, consome drogas ilícitas e sofre com os malefícios e a dependência.
Os problemas causados pela dependência de drogas ilícitas e pelo uso abusivo de drogas lícitas prejudicam tanto o indivíduo quanto a sua família, com impactos para toda a sociedade. A psiquiatra da Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, Dra. Aline Sabino, esclarece que o problema das drogas precisa ser enfrentado em diversos níveis. “No preventivo, precisamos evitar que os jovens tenham uma primeira experiência em relação ao uso de drogas. Em seguida é preciso atuar para ajudar as pessoas que já experimentaram ou que fazem uso ocasional de drogas, evoluam para o uso nocivo, e possível dependência”, comentou o psiquiatra.
O Relatório Mundial sobre Drogas, de 2022, do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) indica que cerca de 284 milhões de pessoas, entre 15 e 64 anos, usaram drogas em 2020, 26% a mais do que dez anos antes. Na África e na América Latina, as pessoas com menos de 35 anos representam a maioria das pessoas em tratamento devido a transtornos associados ao uso de drogas. Globalmente, o relatório aponta que 11,2 milhões de pessoas no mundo usaram drogas em 2020. Cerca da metade deste número vivia com hepatite C, 1,4 milhões viviam com HIV, e 1,2 milhões viviam com ambos.
Entre as drogas lícitas mais consumidas temos o álcool e o cigarro, que podem causar câncer, problemas cardíacos e respiratórios, impotência sexual, ansiedade e muitos outros problemas. Segundo estudo de 2020 da Organização Pan-americana da Saúde (OPAS/OMS), ligada a Organização Mundial da Saúde (OMS), só o consumo de álcool foi responsável por uma média de cerca de 85 mil mortes por ano durante o período de 2013 a 2015 nas Américas, onde o consumo per capita é 25% superior à média global. Medicamentos sem prescrição médica, anorexígenos e anabolizantes são outros tipos de drogas lícitas que causam disfunções como rompimento das veias, danos no fígado, rins e estômago e outros problemas físicos e mentais.
“Temos que falar abertamente deste problema e trabalhar a prevenção como ponto fundamental para o controle desse problema, além de reduzir gastos com saúde e a perda de anos de vida de milhares de pessoas por incapacidade ou morte precoce. Além disso, as várias possibilidades de intervenção e tratamento devem estar disponíveis com a condução realizada por profissionais de saúde com uma abordagem multidisciplinar”, afirmou a psiquiatra, Dra. Aline Sabino.
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