Uma adolescente desapareceu após supostamente ser aliciada por um peruano pela internet. O homem teria prometido emprego de modelo no Peru para a menina, que escondeu a história dos pais, conforme a família da garota. Nesta quinta-feira (5), dia em que completou 16 anos, Amanda dos Santos Queiroz saiu cedo de casa, em Guarulhos, na Grande São Paulo. A adolescente, que estava acompanhada de uma amiga da mesma idade, seguiu para a capital paulista. Ela chegou a fazer contato com a família, mas desde as 19h de ontem, não deu mais notícias.
Em entrevista ao R7, a irmã de Amanda, Aline Queiroz, 24 anos, contou que, ao se mobilizar em busca de informações, a família descobriu que a a menina conheceu o peruano por uma rede social.
— Ele mandou um "oi" para ela e a adicionou no Facebook. Então, começou a falar que trabalhava com foto, que ela era muito linda, para mandar mais fotos.
Ao abordar os colegas mais próximos de Amanda, os familiares ficaram sabendo que o homem teria oferecido emprego e moradia. Teria dito ainda que a adolescente ganharia muito dinheiro com as fotos.
Ontem, a estudante saiu de casa por volta das 6h. Ela foi vista em um ponto de ônibus perto do local onde mora, junto com a amiga.Segundo Aline, a família teve a informação de que a irmã tentou comprar passagens de ônibus para o Peru, usando o cartão do pai da outra menina. Só não conseguiu porque não havia crédito suficiente.
— Ela ligou para o meu pai e falou: “Estou saindo de casa, recebi uma proposta para trabalhar, vou morar em outro lugar. Não se procurem”. Meu pai entrou em desespero [...] A gente conseguiu contato com ela ontem o dia inteiro. Ela não falou onde estava e com quem estava.
Em uma das ligações, a menina demonstrou nervosismo.
— Ele falou que não podia mais voltar e chorava [...] Quando ligávamos e ela atendia, percebíamos que estava no viva voz por causa do eco. E ela não respondia de imediato. Ficava calada por um tempo, como se estivesse recebendo informação. Ela repetia: “Não posso mais voltar”.
Desde o último contato, às 19h, a família não tem mais notícias. Cerca de duas horas antes, os parentes de Amanda — que haviam acionado a polícia pela manhã e foram orientados a esperar — procuraram o 7º Distrito Policial de Guarulhos. Segundo Aline, os policiais teriam dito aos pais dela que, para considerar a irmã como desaparecida, era necessário esperar 24h. No caso de crianças e de adolescentes, a lei 11.259 determina que a investigação policial seja imediata.
— Minha mãe explicou como foi, e eles disseram: “Ela não desapareceu. Saiu por livre e espontânea vontade”. A moça da delegacia falou que era besteira fazer boletim de ocorrência, porque era coisa de adolescente. Fizeram boletim, mas não deram muita atenção.
Investigação
O R7 procurou, nesta sexta-feira (6), o 7ºDP e falou com a delegada de plantão Thais Marafanti. Questionada sobre a suposta orientação para aguardar 24 horas, ela respondeu que não estava trabalhando na ocasião, mas que o boletim havia sido registrado tanto na delegacia eletrônica quanto no distrito policial.
No início desta tarde, um novo b.o. era confeccionado, conforme a delegada. O pai da outra adolescente também procurou a polícia, segundo Thais.
— Estamos tomando as providências. Hoje, realmente, elas [as meninas] não entraram em contato. Ontem, elas ainda mantinham contato, então, teoricamente, não estavam desaparecidas.
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