Para especialistas da ONU, afrodescendentes devem ser mais incluídos em processos decisórios, como nos diálogos para a implementação do Acordo do Clima de Paris. Mudanças climáticas vão agravar riscos ambientais já enfrentados por essas populações.
Especialistas das Nações Unidas destacaram, que os afrodescendentes e africanos serão alguns dos grupos mais afetados pelas mudanças climáticas.
Apesar da situação de vulnerabilidade dessas populações, sua presença em processos decisórios, como a Conferência do Clima de Paris, é pouco expressiva, segundo os peritos, que apelaram por mais inclusão e participação.
Para o Grupo de Trabalho da ONU sobre Pessoas Afrodescendentes, embora tenha havido avanços no combate ao racismo e à discriminação racial, “os afrodescendentes estão frequentemente entre os grupos mais pobres e marginalizados nas sociedades, muitas vezes vivendo em comunidades desproporcionalmente afetadas por décadas de degradação ambiental, como a poluição do ar e resíduos tóxicos”.
De acordo com a presidente do Grupo, Mireille Fanon Mendes-France, os afrodescendentes vão suportar um fardo ainda maior no futuro, por conta das transformações do clima.
“Dado a isso, discussões sobre mudanças climáticas devem ser enquadradas tendo em vista as desigualdades ambientais e devem levar em consideração os afrodescendentes e africanos que vivem em todas as regiões do mundo, muitos dos quais permanecem aprisionados numa invisibilidade estrutural e institucional”.
Segundo Mendes-Frances, a implementação do acordo de Paris pode ser um processo verdadeiramente histórico caso os líderes mundiais optem por garantir a participação de parcelas marginalizadas da população mundial.
A presidente ressaltou ainda que os direitos sociais, políticos, econômicos, civis e culturais conquistados pelos afrodescendentes em todo o planeta correm o risco de serem afetados, em maior ou menor grau, pelas mudanças climáticas.
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