Conheça quais tecnologias levaram ao crescimento no lançamento de novos satélites. E, acredite, muitos mais vão cobrir a Terra no futuro.
Dados do Escritório das Nações Unidas para Assuntos do Espaço Sideral dão conta de que 4.635 satélites orbitam a Terra. Destes, 1.738 estariam ativos, conforme a União dos Cientistas Preocupados, que rastreia os lançamentos a fim de prevenir problemas futuros de congestionamento da órbita.
E eles estão preocupados porque a quantidade de lançamentos não para de crescer. Em 2017 foram colocados no espaço 50% mais equipamentos do que em 2016. O número tende a se multiplicar rapidamente graças ao plano de construção de backhauls espaciais, em que satélites de órbita baixa ou média ocupam milhares de pontos da órbita
terrestre por poucos anos, mas se conectam entre si e conseguem transmitir dados a velocidades acima do 1 Gbps para o solo.
Mais de oito mil desses serão lançados nos próximos anos. São os chamados satélites LEO (sigla para órbita terrestre baixa em inglês) e MEO (órbita média). No caso dos LEOs, ficam a menos de dois mil quilômetros de altitude. Já os MEOs ocupam a faixa intermediária que separa os LEOs dos Geoestacionários – estes, acima dos 35 mil quilômetros de altitude.
Não faltam empresas que apostam na ideia. A Telesat já está com o direito global para lançar sua constelação de satélites LEO. O protótipo já está em órbita e o plano é lançar a constelação de pelo menos 72 satélites em 2021 e iniciar a comercialização em 2022, aproveitando os direitos de prioridade de uso do espectro em banda Ka que obteve na UIT. A estimativa é que consiga dispor de 10 THz de espectro global nos próximos anos.
Além da velocidade de acesso, a baixa latência é outra vantagem dos LEOs. O tempo de resposta fica entre 0,03 a 0,05 segundo, enquanto nos geoestacionários é de 0,6 a 0,7 segundo.
A SES acredita nos MEOs. Comprou a empresa O3b e a incorporou completamente no último ano. Com os novos ativos (já são 16 satélites MEO em operação), desenvolveu a tecnologia O3b mPOWER, um sistema multi-terabit, composto por sete satélites MEO, infraestrutura terrestre e inteligência de software.
Entre os geoestacionários, a inovação busca a flexibilidade. A Eutelsat lança em 2019 o satélite Quantum, que terá software com inteligência artificial e será capaz de analisar a demanda e alterar a carga em tempo real. Os feixes serão móveis e as frequências vão se ajustar automaticamente à região coberta. Essa reconfiguração torna possível
rastrear objetos em trânsito, como um navio, do começo ao fim da viagem. Por isso, está sendo chamado pela empresa de satélite definido por software.
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