Alvo de assassinos de agente penitenciário era outro servidor
Arma de cabo marrom foi usada para matar agente. / Foto: Nadyenka Castro/ G1 MS

 O agente penitenciário Carlos Augusto Queiroz de Mendonça, de 44 anos, morto a tiros no dia 11 de fevereiro, em Campo Grande, não era o alvo dos executores. De acordo com a Polícia Civil,  o atirador viu que o servidor não era quem deveria ser assassinado, mesmo assim decidiu pelo crime.

Conforme divulgado nesta sexta-feira (20), pela Polícia Civil, o homicídio foi esclarecido em 48 horas. Imagens das câmeras de segurança ajudaram a identificar o executor e a partir daí, a Delegacia Especializada de Homicídios (DEH) e Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Banco, Assaltos e Sequestros (Garras) com apoio do Serviço de Inteligência da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) e chegaram aos outros cinco envolvidos. Todos presos.

As investigações apontam que dos seis suspeitos, quatro são internos do Estabelecimento Penal de Regime Aberto e Casa do Albergado, local onde a vítima trabalhava quando foi morta. Outro cumpria pena por tráfico de drogas e estava foragido e o último, era detento da Estabelecimento Penal de Segurança Máxima.

Planejado

Segundo a polícia, foi um interno da Casa do Albergado de 33 anos quem ordenou a execução. Ele teria um desentendimento com outro agente penitenciário, que seria o alvo do grupo. O suspeito então ligou para o presidiário da Máxima, de 31 anos, e juntos, planejaram o crime.

No dia do homicídio, os três saíram do presídio pela manhã. O mandante e o executor voltaram em uma motocicleta e estacionaram o veículo em frente à unidade penal. O jovem era o passageiro, desceu com capacete na cabeça e uma camisa envolta do pescoço, entrou na cadeia e, mesmo vendo que o servidor alvo não estava ali, atirou em Carlos Mendonça, matando-o no local.

Ainda de acordo com a polícia, o mandante ficou na moto e portava outro revólver calibre 38. Após o crime, os dois fugiram. E foi outro interno da unidade de regime aberto quem ajudou na fuga. Com o jovem de 21 anos foi encontrada a moto usada no crime e roupas que o atirador usava. Ele chegou a esconder o veículo e o comparsa.

Outro rapaz, de 25 anos, também foi preso por envolvimento no homicídio. Este já havia sido presidiário e estava foragido.

Investigação

A apuração sobre o caso ainda não terminou. Dois inquéritos, um no Garras e outro na DEH, ainda tramitam sobre o caso, em sigilo. Por enquanto, não há indícios de envolvimento de mais pessoas.

Crime

O agente penitenciário estava na portaria da unidade penal fazendo controle de saída de presos, que dormem no local e passam o dia fora, quando um homem encapuzado e com capacete entrou e, sem falar nada, atirou nele.

O servidor estava há 10 anos na Agepen e desde 2011 na unidade onde foi morto. Câmeras de segurança fizeram imagens dos suspeitos. A ação durou de 12 a 15 segundos.