O encontro acontece um dia após o ex-juiz declarar apoio à campanha de reeleição do presidente.

Após declarar apoio, Moro se reúne com Bolsonaro em Brasília
Jair Bolsonaro e o senador eleito Sergio Moro em foto de arquivo no Palácio do Planalto, em outubro de 2019 OCTOBER 3, 2019. / Foto: REUTERS/ADRIANO MACHADO/ FOTO DE ARQUIVO

O senador eleito Sergio Moro (União Brasil-PR) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) se reúnem na tarde desta quarta-feira (5) no Palácio da Alvorada, em Brasília, para discutir alianças e os próximos passos da campanha para o segundo turno presidencial, em 30 de outubro. O encontro, que está previsto para as 15h, contará ainda com a presença da mulher do ex-juiz, Rosângela Moro (União Brasil), eleita deputada federal por São Paulo, e dirigentes do partido.

O encontro acontece um dia após o ex-juiz declarar apoio à campanha de reeleição do presidente. Em nota publicada nas redes sociais nesta terça-feira (4), Moro afirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “não é uma opção” e que o governo do petista foi marcado pela corrupção. "Contra o projeto de poder do PT, declaro, no segundo turno, o apoio a Bolsonaro", escreveu.

Em resposta ao apoio do ex-juiz federal no segundo turno das eleições, Bolsonaro disse que Moro e o ex-procurador Deltan Dallagnol (Podemos-PR) serão “grandes senadores”. Dallagnol foi eleito para a Câmara dos Deputados. “Tenho certeza que o Moro vai ser grande senador aqui em Brasília, assim como o senhor Dallagnol", afirmou.

O presidente declarou, ainda na tarde de ontem, que as divergências do passado entre ele e o ex-juiz foram "apagadas". "Sergio Moro foi a pessoa que realmente mostrou o que era a corrupção no Brasil, levando dezenas de pessoas a condenações, e deu uma nova dinâmica, muita esperança naquele momento", ressaltou. "Moro vai continuar, no meu entender, como agora senador trabalhando também com viés desse lado, assim como o [Deltan] Dallagnol”, completou o presidente.

Moro foi eleito com 1.953.188 votos, e Dallagnol, com 344.917, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os mandatos começam em 2023.

Ruptura
Em 2019, Moro foi nomeado por Bolsonaro ministro da Justiça e Segurança Pública, mas deixou a pasta um ano e quatro meses depois, alegando que o presidente teria tentado interferir em investigações da Polícia Federal (PF).

Questionado sobre a ruptura e demais desentendimentos com Moro, Bolsonaro disse que conversou com o ex-ministro e que "apaga de seu passado qualquer divergência que, porventura, [tenha] ocorrido".