Homem que se apresenta como estilista é suspeito de estelionato; pelo menos 10 pessoas registraram denúncia contra ele.
Cerca de 100 vestidos lotam uma das salas da 1ª Delegacia de Polícia Civil da Capital após denúncias contra um estilista suspeito de estelionato. As peças foram apreendidas na tarde de ontem (19), em uma residência na Rua Maranhão, região da Vila Gomes.
À polícia, pelo menos 10 pessoas afirmam que foram enganadas pelo estilista conhecido como Nill Dall’aqua, de Campo Grande. Entre elas, a bióloga Flávia Yokoo, de 30 anos. Com casamento marcado para setembro de 2019, a então noiva fechou contrato com o suposto estilista no mês de abril, após uma grande feira de noivas realizada na cidade.
“Conheci ele no evento, parecia que era uma pessoa de boa índole. Também pesquisei no Facebook e Instagram, sempre muito ativo nas redes sociais e fechei contrato uma semana depois”, relata a vítima. No momento da assinatura do contrato, foram pagos R$ 2,3 mil em dinheiro. Dias depois, mais R$ 200 foram entregues ao estilista. Para Flávia, o suspeito havia prometido iniciar as provas do vestido ainda em abril, mas isso só foi acontecer no início de julho.
Conforme relato da bióloga, o contratado também ficou responsável pelo vestido da irmã, o que também não foi entregue. “Fomos remarcadas diversas vezes, na véspera do meu casamento minha irmã conseguiu ir até o local combinado com ele às 21h. O vestido estava completamente diferente, sem alteração e ela me ligou querendo desistir dele. Mandei mensagem para ele [o estilista] que só me respondeu um tempo depois com dois áudios e nervoso”, conta Flávia.
A prova do vestido de noiva também aconteceu a noite, na véspera do casamento. “Dias antes eu tinha ido e o vestido estava apertado, não estava bonito e falei que tinha que ser feito alteração. Na véspera, ele disse que tinha uma surpresa e era uma calda gigantesca. Falei que não era do meu agrado, que não usaria ela e ele não gostou”.
Já em casa, a então noiva conta que passou a noite em claro, preocupada com a festa no dia seguinte. “Eu tinha fechado com ele o vestido, a maquiagem e dia de noiva para mim e outras 8 convidadas. Fizemos uma força-tarefa, encontrei uma loja e consegui um vestido que deu certo e um salão para atender todo mundo”, revela Flávia.
A bióloga conta ainda que a decisão em correr atrás de alternativas se deu após inúmeras ligações e desculpas por parte do estilista. Ainda pela manhã, o profissional teria dado indícios de que os vestidos não estavam prontos e só apareceu com as peças depois de descobrir que a mulher a havia procurado ajuda.
“Ele foi até o salão, entrou com meu vestido na mão fazendo a maior algazarra, jogou meu vestido no chão e minhas madrinhas colocaram ele para fora”, explica Flávia. A bióloga chegou a procurar a delegacia na segunda-feira seguinte ao casamento, mas foi orientada a entrar com uma ação contra o suspeito ao invés de registrar boletim de ocorrência.
Caso – De acordo com o delegado Mikail Faria, responsável pelo caso, o suspeito deve se apresentar nos próximos dias para prestar esclarecimentos. A princípio, o homem alega inocência.
A reportagem tentou contato com o estilista pelo telefone divulgado na internet, mas o número não permitiu que as ligações fossem completadas.
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