Eles garantiram que continuarão analisando "a evolução da taxa de contágios e, se for favorável, serão avaliadas as diferentes alternativas para permitir algum tipo de saídas com modalidades restritas.”
O presidente da Argentina, Alberto Fernández, anunciou ontem (26) que prolongará o isolamento social preventivo obrigatório e o fechamento de fronteiras por mais duas semanas, até o dia 10 de maio. Além disso, estabeleceu que a população poderá realizar breves saídas recreativas, por no máximo uma hora por dia e até 500 metros de distância de casa. A decisão final é dos governadores e prefeitos.
Em relação à prorrogação da quarentena, o governo determinou que, para atender às diferentes situações locais, governadores poderão definir exceções ao isolamento e à proibição de circulação urbana, desde que os requisitos exigidos pela autoridade nacional de saúde sejam cumpridos.
Para o presidente, a extensão do isolamento é "necessária, razoável e proporcional" para continuar com o trabalho de prevenção à saúde e impedir a disseminação do coronavírus no país.
A quarentena preventiva e obrigatória está vigente no país desde o dia 20 de março. A Argentina tem 44,5 milhões de habitantes, 3.892 casos confirmados de contágio pelo novo coronavírus e 192 mortes.
Os governadores terão autonomia para manter ou suspender as saídas recreativas, de acordo com a situação epidemiológica do local e a análise de risco. Nas pequenas cidades, com baixa ou nenhuma circulação do vírus, as saídas recreativas serão definidas pelos prefeitos. Segundo o governo argentino, os breves passeios recreativos são importantes "para o bem-estar psicológico e físico da população".
Buenos Aires, Córdoba e Santa Fe são algumas das cidades que não autorizaram as saídas recreativas anunciadas por Fernández. Em uma carta conjunta, divulgada pouco após a decisão de Fernández, o governador de Buenos Aires, Axel Kicillof, o de Santa Fe, Omar Perotti, e o de Córdoba, Juan Schiaretti, e o prefeito de Buenos Aires, Horácio Larreta, afirmaram que "os grandes aglomerados urbanos, zonas com mais de 500 mil habitantes, com circulação viral, não autorizarão as saídas". De acordo com as autoridades, a decisão foi tomada conjuntamente com o governo federal.
Eles garantiram que continuarão analisando "a evolução da taxa de contágios e, se for favorável, serão avaliadas as diferentes alternativas para permitir algum tipo de saídas com modalidades restritas.”
O governador de Tucumán, Juan Manzur, também se manifestou contra as saídas recreativas. "Tucumán tem características particulares, é a província mais densamente povoada. Ainda não podemos autorizar as pessoas a ir às ruas".
Abertura econômica
Miguel Ángel Pichetto, ex-candidato a vice-presidente na chapa com Mauricio Macri nas eleições do ano passado, cobrou do governo de Fernández um processo de saída da quarentena mais ambicioso.
"O problema mais importante aqui é a questão da abertura da atividade econômica. Temos que começar a analisar a atividade de construção, as diferentes atividades industriais. Começar a provar e avançar na abertura. Caso contrário, a crise vai se aprofundar seriamente ", disse Pichetto. Ele considera "a quarentena um processo essencial e necessário", mas pede que "a mesma energia que foi colocada no trabalho em saúde" seja adotada no contexto da economia.”
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