Segundo vítima sobrevivente, José não aceitava término e novo relacionamento da ex-mulher.

Assassino de ex-mulher e de sobrinha é condenado a 67 anos de prisão em Três Lagoas
O julgamento aconteceu na semana passada, e teve a sentença publicada nesta quinta-feira (27) / Divulgação/Arquivo Rádio Caçula

José Barbosa dos Santos, apontado como o assassino da ex e da sobrinha em Três Lagoas, foi condenado a uma pena de 67 anos de prisão. O julgamento aconteceu na semana passada, e teve a sentença publicada nesta quinta-feira (27).

José foi preso em 6 de março de 2022 após matar a tiros Crislaine Célia Martins, 34 anos, com dois disparos, sendo um no rosto e outro na cabeça, e Mariane Cristiana Martins, 22 anos, que era a sobrinha da primeira vítima. O criminoso chegou a tentar assassinar uma terceira mulher, mas ela conseguiu fugir.

No dia do crime, às vítimas, além de outras cinco mulheres e quatro crianças, estavam na frente do apartamento onde morava Crislaine, no bairro Novo Oeste, quando o assassino apareceu e realizou ameaças com o uso de um revólver. Com medo, a vítima correu para o interior do imóvel, onde José foi atrás e realizou um disparo, acertando as costas da ex.

Em seguida, ele correu atrás de Mariane, que também foi ferida, conforme o site Rádio Caçula. Ela chegou a implorar para não morrer, mas foi atingida com um tiro na cabeça, chegando a chutar o corpo, já sem vida.

Novamente, José entrou no apartamento de Crislaine e tentou atirar na filha da vítima, de 12 anos na cabeça, mas a arma falhou. Após o crime, ele ainda tentou tirar a própria vida, mas a arma novamente não funcionou, sendo preso em flagrante após confessar o crime.

O julgamento durou mais de cinco horas. O juiz residente, Rodrigo Pedrini Marcos ouviu a filha de Crislaine, que contou que estava comemorando o aniversário da ex-babá com uma mulher, uma prima e outra pessoas, quando viu José passando ao lado da casa e começou a rir.

Segundo ela, a vítima já estava em outro relacionamento, o que ele não aceitava. Entre outros detalhes, alegou que depois que fugiu para a casa da prima, após os disparos, só se recordava do momento em que a Força Tática chegou no local.

Já José, em depoimento, confessou o crime, alegando que se sentia "ameaçado" por familiares de Crislaine, afirmando que tinha brigas constantes com ela, mas somente em uma delas, a agrediu.

No dia do assassinato, disse que teria perdido a cabeça, alegando que chegou a receber ligações do irmão da vítima, o ameaçando de morte, porém nunca procurou a Polícia, adquirindo a arma usada no crime para se proteger.

Após a votação do juri, José foi sentenciado a uma pena de 67 anos e 8 meses de prisão em regime fechado pelas mortes de Crislaine e Mariane, junto da tentativa de assassinato das duas amigas das vítimas e da filha de sua ex. Ainda pela morte dela, foi condenado por feminicídio, sendo fixada uma indenização de R$ 10 mil para cada vítima, e R$ 5 mil por cada tentativa de homicídio.

Na época do crime, a titular da DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher), Nelly Macedo, hoje delegada da Dpeca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) em Campo Grande, em entrevista à Rádio Caçula, afirmou que José já teria um homicídio em seu desfavor.

A morte teria acontecido no distrito de Baguçu, em Olímpia (SP), no dia 24 de dezembro de 2021, após ter matado com vários golpes de faca o colega de alojamento de trabalhadores rurais, Marcos Peruana Santos.

Depois do crime, ele fugiu para Três Lagoas (MS), onde se apresentou na Polícia Civil. Durante o depoimento, após ter passado por atendimento médico devido ao ferimento na mão, o assassino preferiu manter-se em silêncio.