O presidente da Fiems reforça que esse custo será transferido para a produção industrial.
O aumento da conta de energia elétrica autorizado pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para cobrir o custo maior das distribuidoras causará impacto de quase R$ 100 milhões para as indústrias de Mato Grosso do Sul, conforme levantamento do Radar Industrial da Fiems. “Esse custo será transferido para a produção industrial do Estado e ficará complicado para o empresário ter que administrar um montante desse tamanho em um momento de retração no consumo de bens industrializados”, analisou o presidente da Fiems, Sérgio Longen.
Em 2014, conforme o levantamento do Radar Industrial, a indústria estadual consumiu em torno de 700.000 MWh, gerando um gasto aproximado da ordem de R$ 236,5 milhões, o que corresponde a 1,6% do PIB (Produto Interno Bruto) Industrial de Mato Grosso do Sul, enquanto neste ano, mantendo o mesmo nível de consumo e considerando um aumento em torno de 40% no custo do MWh da energia, o gasto será de R$ 331,1 milhões, o que corresponderá a 2,2% do PIB Industrial do Estado, gerando um impacto de aproximadamente R$ 94,6 milhões. “Já estava muito difícil produzir e, com tudo que está sendo transferido hoje para a produção, com certeza quem vai pagar a conta será o consumidor final”, reforçou Sérgio Longen.
Atualmente, a energia elétrica para a indústria em Mato Grosso do Sul não está entre as mais caras do País, sendo a 4ª menor tarifa entre os Estados brasileiros, equivalente a R$ 337,90 por MWh, enquanto a mais cara foi verificada no Pará com R$ 548,88 por MWh. Em nível nacional, o custo da energia para a indústria é 215% superior à média do custo dos Estados Unidos, sendo que no País o custo da energia para a indústria no Brasil é 46% superior à média dos países selecionados e, dentre os 27 países selecionados, o Brasil ocupa a 6ª posição mais cara, enquanto dentre os BRICs o custo da energia no Brasil é superior aos custos na China e Rússia e inferior ao custo na Índia.
Na avaliação do presidente da Fiems, o Governo Federal caminha em uma direção bem clara de que a melhor maneira de cobrir os seus gastos é transferindo para a produção esses custos. “Esses custos serão transferidos para os produtos e, automaticamente, repassados para a sociedade, que cada vez mais vai retrair o consumo. O resultado será queda na produção e, consequentemente, aumento do desemprego, que é o que já está acontecendo em toda a indústria estadual e nacional”, detalhou, completando que o empresário industrial já enfrentava dificuldades com a burocracia e a alta carga tributária. “Precisamos de regras claras para a produção e precisamos que o Governo Federal faça sua parte de conter as suas despesas com o custeio que já tem e não com novos impostos”, pontuou.
Sérgio Longen acrescenta que, neste momento, o setor empresarial, o Governo do Estado, as prefeituras e os parlamentares do Estado precisam se unir na busca de uma solução regional e nacional. “Entendo que Mato Grosso do Sul tem inúmeras oportunidades, principalmente no setor industrial, de ampliar algumas áreas para gerar um equilíbrio entre o que estamos perdendo hoje. É nesse sentido que a gente tem trabalhado e, nos próximos dias, devemos nos reunir para construir uma ação diferenciada para fazer com que Mato Grosso do Sul volte a trilhar o desenvolvimento do setor industrial e do setor produtivo como um todo”, garantiu.
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