Em 2024, cereal era vendido a R$ 46 a saca e, neste ano, saltou para R$ 66, em média, valorização de 43,6%.

O preço da saca de milho aumentou em 43,63% em um ano em Mato Grosso do Sul. Segundo a Granos Corretora, no período de 17 a 24 de fevereiro deste ano, a saca de 60 quilos do produto foi comercializada, em média, por R$ 66,89. No ano passado, no mesmo período, a saca era vendida por R$ 46,57.
A alta do preço do milho impacta diretamente o custo de produção dos ovos, o que acaba se refletindo no preço final para o consumidor, já que o milho é um dos principais componentes da alimentação das galinhas, sendo essencial para fornecer energia às aves. Com os insumos mais caros, os produtores repassam o aumento ao consumidor final.
O preço do ovo no atacado neste mês registrou uma alta de mais de 40% em diversas regiões produtoras do País, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea – Esalq/USP).
Em Campo Grande, conforme adiantou o Correio do Estado, alimentos e bebidas ficaram 8,92% mais caros em 12 meses (finalizados em janeiro), superando a média geral de 4,60%, conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Os ovos acumulam alta de 6,62% no período.
O mestre em Economia Eugênio Pavão acredita que, depois da alta de café e ovos, outros alimentos ficarão mais caros nos próximos meses.
“O quadro para 2025 é de aumentos de alguns produtos, principalmente os que dependem da natureza, como horticultura, frutas e grãos, além dos produtos exportados, que vão ter a oferta interna reduzida e desfavorecerão o mercado interno, tais como ovo, café, arroz e carnes”.
MILHO
O maior preço registrado para o milho em MS na data de 24 de fevereiro ocorreu em Chapadão do Sul, Dourados e Maracaju, com cotação cravada a R$ 70,00. O menor preço foi verificado em São Gabriel do Oeste, com média de R$ 66,00 a saca.
Apesar de ter apresentado valorização em relação ao mesmo período do ano passado, os preços seguem aquém do que o setor produtivo espera, inclusive figurando abaixo dos valores praticados em 2021, 2022 e 2023.
Os números são do Boletim Casa Rural, elaborado pelo departamento técnico da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), que traz como fonte a Associação dos Produtores do Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja-MS).
Segundo levantamento realizado pela Granos Corretora, até o dia 24, MS já havia comercializado 84,5% do milho segunda safra de 2024, que fechou com uma produção de 8,4 milhões de toneladas. A expectativa inicial da Aprosoja-MS era de produzir pelo menos 9,2 milhões de toneladas.
No pregão da Bolsa de Valores (B3), os preços futuros do milho apresentaram variação positiva em todos os contratos no período de 18 a 25 de fevereiro. O vencimento para março deste ano valorizou 5,08%, sendo cotado a R$ 84,85 a saca. Em maio, valorizou 4,93%, sendo cotado a R$ 80,71 a saca.
O vencimento para julho deste ano foi cotado a R$ 74,10 a saca, com valorização de 1,62%. Para setembro, a cotação é de R$ 73,61 a saca, com valorização de 1,67%. E o vencimento de novembro valorizou 2,40%, sendo cotado a R$ 78,78 a saca.
SAFRA 2024/2025
Para o atual ciclo do milho segunda safra a expectativa de produção é de 10,199 milhões de toneladas, segundo o Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio (Siga MS), o que representa um crescimento de 20,6% em relação ao ciclo anterior.
A área cultivada com milho em Mato Grosso do Sul neste ano é praticamente a mesma do ano passado, com 2,103 milhões de hectares, uma variação positiva de apenas 0,1%. A produtividade média esperada é de 80,8 sacas por hectare, alinhada ao potencial produtivo observado nas últimas cinco safras do Estado.
Até o dia 21, a área plantada, acompanhada pelo Siga MS, alcançou 34,6% do previsto – cerca de 727 mil hectares. A região sul está com o plantio mais avançado, com média de 36,7%, enquanto a região norte está com 32,7% e a região centro, com 29,1% de média.
A área plantada na segunda safra 2024/2025 se encontra atrasada em 5,6 pontos porcentuais em relação ao ciclo anterior.
Os municípios mais avançados são: Fátima do Sul, com 60% da área plantada, e Dourados e Caarapó, com 50% (ambos da região sul); Rio Brilhante, com 40%, e Campo Grande, com 30% (ambos da região centro); e, por fim, Costa Rica, com 40%, e Chapadão do Sul, com 35% da área total.
De acordo com o coordenador técnico da Aprosoja-MS, o melhor período para a semeadura do milho segunda safra em Mato Grosso do Sul geralmente ocorre entre meados de janeiro e meados de março.
Esse período é crucial para garantir que o milho tenha condições climáticas adequadas para o desenvolvimento, especialmente em relação à disponibilidade de chuva e à temperatura.
“Importante ressaltar que o plantio deve ser realizado o mais cedo possível dentro dessa janela, preferencialmente até o fim de fevereiro, para reduzir os riscos de deficit hídrico durante as fases críticas do cultivo, como o florescimento e o enchimento de grãos. O zoneamento agrícola e as recomendações técnicas locais também devem ser consultados para ajustar o calendário de plantio conforme a região específica dentro do Estado”.
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