Apenas 10% dos entrevistados sabiam que a doença pode levar à morte.
Medidor de glicemia, aparelho usado para monitorar a quantidade de açúcar no sangue
Uma pesquisa Datafolha comprovou o que os médicos já veem no dia a dia: o brasileiro sabe muito pouco sobre o diabetes.
Questionados sobre o conhecimento que tinham sobre a doença, em resposta espontânea, só 10% dos entrevistados citaram que ela pode causar a morte, 7% afirmaram que ela pode causar cegueira e 7% disseram que a doença não tem cura. Ainda assim, as complicações foram o item mais citado, por um total de 28% das pessoas.
Os sintomas estão em um segundo grupo de menções (24%), seguido por tratamento (19%) e alimentação (18%).
Apenas 15% citaram espontaneamente que o diabetes causa aumento do nível de açúcar no sangue e 16% que a pessoa com diabetes não pode comer açúcar. Apenas 2% fizeram alguma menção a doenças cardiovasculares, principal causa de morte de quem tem diabetes.
A pesquisa foi realizada com a população em geral, de 16 anos ou mais, entre os dias 12 a 19 de maio de 2018, em 153 municípios. A margem de erro máxima para o total da amostra é de 2 pontos percentuais, para mais ou para menos.
“Infelizmente não ficamos surpresos com os resultados. A condição do paciente com diabetes no país é sofrível. Uma em cada duas pessoas com diabetes não sabe que tem a doença. Quando o diagnóstico é feito, portanto, há grande chance de já haver muitas complicações.
O caminho do desenvolvimento do diabetes é traiçoeiramente silencioso”, afirma Hermelinda Pedrosa, presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes.
“A população precisa saber que atividade física, alimentação adequada e o combate a doenças como hipertensão e colesterol alto podem ajudar a prevenir o diabetes.”
A pesquisa foi encomendada por uma coalizão que envolve farmacêuticas, ONGs e sociedades médicas que, juntas, lançam o Movimento Para Sobreviver nesta terça-feira (24), às 20h30, no Rio.
Nesse horário, serão projetados no Cristo Redentor símbolos de hábitos nocivos à saúde que podem levar ao diabetes tipo 2. A ideia é mostrar que, por causa da falta de cuidado adequado, a doença aumenta o risco de infarto do miocárdio e AVC.
Entre os participantes estão as ONGs Associação Diabetes Brasil (ADJ), Associação Nacional de Atenção ao Diabetes (ANAD), Instituto Lado a Lado Pela Vida, Rede Brasil AVC, Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) e as farmacêuticas Boehringer Ingelheim e Eli Lilly do Brasil.
A coalizão foi criada para promover reflexão sobre a oferta de drogas modernas para idosos com diabetes e doença cardiovascular, com o objetivo de reduzir mortes e evitar os altos custos do tratamento para o Estado.
Pedrosa afirma que os medicamentos mais modernos são mais caros do que as três classes oferecidas hoje pelo SUS, mas que é preciso avaliar seu custo-benefício em discussão ampla com gestores de saúde, sociedades médicas e associações de pacientes.
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