A causa do homicídio ocorrido na tarde do último domingo (14), no Jardim Morenão, na região Sul da Capital, teria sido uma brincadeira entre casal, que começou com “soquinhos” no marido. Para revidar, ele deu um empurrão mais forte na esposa. Neste momento, Ismael da Silva Dauzaker, 22 anos, tentou defender a mulher, levou um tapa na cara e revidou com quatro tiros contra o amigo Eduardo Afonso Sampaio Andrade, que morreu na hora.

De acordo com o delegado da Depac Piratininga, Camilo Kettenhuber, a mulher e a filha (17 anos) teriam relatado, durante o caminho até a delegacia, que o marido estava há um ano sem tomar bebida alcoólica, mas na semana passada, por conta do aniversário, ele voltou a beber. E hoje, durante o churrasco em casa, ele e o autor do crime estavam tomando cerveja desde às 10h30.

Ainda conforme o relato da esposa da vítima, após ter levado o tapa no rosto, Ismael entrou na residência. Ela pediu ao marido para irem para o quarto e, assim, acabar com a briga. No entanto, ao entrarem na sala já encontraram o autor com a arma na mão apontada para Eduardo Sampaio, que levantou o braço na tentativa de se defender.

O primeiro tiro acertou o antebraço, o segundo no tórax. Como a vítima caiu na sala, Ismael atirou mais duas vezes na cabeça. A mulher chamou o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), mas ao chegarem ao local os socorristas já confirmaram o óbito.

Na delegacia a mulher e filha contaram que o autor estava com a arma há cerca de três semanas, quando ao presenciar a mãe ser assaltada no Bairro Moreninhas, bateu no ladrão e foi jurado de morte, uma vez que, segundo elas, o rapaz faria parte de uma associação criminosa.

Conforme o delegado, a vítima e o autor eram "amigos" e já haviam sido presos em 2012 por crime de estelionato e cumpriram pena na mesma cela. Ismael da Silva já teria passagem na polícia em 2010 por tráfico de drogas. Camilo Kettenhuber revelou que a vítima teria pelo menos 10 passagens por estelionato, como cheque sem fundo.

Ismael da Silva Dauzaker, de acordo com o delegado, vai ser autuado por homicídio qualificado, por motivo fútil e por impossibilitar a defesa da vítima, além de porte ilegal de arma. Se condenado, ele deve pegar de 12 a 30 anos de prisão em regime fechado.