Campo Grande está entre os quatro municípios do país com maior número de casos de leishmaniose em humanos, segundo o doutor em ciência animal, Francisco Alves, que se reuniu com autoridades da capital sul-mato-grossense para tratar do assunto.Também estão na lista Fortaleza (CE), Araguaína (TO) e Belo Horizonte (MG).

De acordo com ele, só em Campo Grande foram registrados 55 casos de leishmaniose em humanos em 2015 e pelo menos nove bairros vivem uma endemia da doença. Em entrevista à TV Morena, Alves disse que o Centro de Controle de Zoonozes estima que 20% dos cães da capital estejam infectados com leishmaniose.

Uma norma do Ministério da Saúde determina que animais infectados sejam sacrificados, no entanto, em Campo Grande, devido a uma decisão judicial, cães com a doença podem ser tratados.

"Existem formas de prevenção, especialmente para cães, através da vacina. Hoje o município de Campo Grande está sob uma liminar na Justiça e é o único local do país que esses cães podem ser tratados, isto é, não necessariamentes serão eutanasiados, mortos", comentou.

Ele ressaltou que a decisão em sacrificar o cão ou submetê-lo ao tratamento é de responsabilidade do médico veterinário em conjunto com o proprietário. "Vale lembrar que mesmo esse animal sendo tratado ele continua contaminado e pode vir a transmitir pro mosquito e esse mosquito pode picar uma pessoa", completou e finalizou dizendo que é a favor do tratamento de cães infectados com leishmaniose.

Estado
Campo Grande, Três Lagoas e Coxim têm a maior presença da doença em pessoas. Em Dourados, foi confirmado o primeiro caso da forma humana da doença e quase 400 cães foram diagnosticados com leishmaniose em 2015. Na região do Pantanal sul-mato-grossense, já foram 4 mortos.

Brasil
Conforme dados informados pelo doutor, em torno de 400 pessoas morrem de leishmaniose por ano no Brasil. Além disso, cerca de 10% dos que são diagnosticados com a forma grave da doença vão a óbito.